O sucesso do Salão é fruto da preservação dos seus princípios originais
ABIH: Embates externos fragilizam as novas lideranças.
Editorial de Cláudio Magnavita, presidente da Aver Editora.
Aeroporto será a porta de entrada ao Brasil na Copa do Mundo e nas Olimpíadas.
Cláudio Magnavita, presidente da Aver Editora
A questão aeroportuária brasileira volta à ordem do dia. O Aeroporto do Galeão será o grande portão de entrada do país e estará pronto, por obrigação nacionalista, não apenas para a Copa do Mundo como também para a Olimpíada.Não se trata de uma previsão ou aposta otimista, mas porque não há como ser diferente. Nas obras de recuperação, os técnicos das empreiteiras contratadas estão surpresos com a qualidade da estrutura física do terminal. Foi uma obra construída para durar, quando o dinheiro público era respeitado e o construtor era duramente fiscalizado.
O Galeão, construído na época da antiga Arsa (Aeroportos do Rio de Janeiro S.A.), foi feito dentro de uma relação de absoluta idoneidade entre a empresa de construção e o cliente público. Uma grande obra de concreto, premiada internacionalmente e feita para durar. A relação promíscua entre contratado e contratante nas décadas seguintes fizeram do Brasil um canteiro de obras e de estradas solúveis, apodrecidas precocemente por um sistema corrupto que não zelava pela qualidade do patrimônio público.
Durante a construção do Galeão, se agrados existiram por parte dos construtores, eram pequenos excessos de relações públicas, nada comparado ao que ocorreu nos últimos anos. O sistema aeroportuário brasileiro esteve durante décadas nas mãos de espartana gestão militar. A Infraero nasceu com este espírito e retornou às suas origens com uma exemplar despolitização dos seus cargos, que reservou apenas 12 funções de assessoria para não-funcionários. Até as diretorias ligadas a atividade fim são obrigatoriamente ocupadas por funcionários de carreira.
Mas o que tudo isso tem haver com o futuro do Galeão? Tudo! A recuperação tem uma dupla base sólida. Uma é a existência de uma colossal estrutura física que forma o complexo dos dois terminais, com as bases já prontas para receber mais dois. O sistema de esgoto, abastecimento e de infraestrutura elétrica foi feita para o projeto completo. Não evaporou para cobrir comissões. Além de uma intervenção cosmética, sistemas mecânicos, como os de ar-condicionado, colapsaram pelo pesos anos. Faltou força para atualizá-los, principalmente na era dos aeroshoppings.
Um Galeão novo vai surgir e neste caso surge o novo ingrediente: a gestão realizada por técnicos que fizeram a sua vida no dia a dia aeroportuário. A despolitização da Infraero foi um dos maiores acertos da gestão do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Um legado que deveria ser aplicado em outras estatais. Os funcionários de carreira da Infraero são o grande ativo da empresa. Existem hoje na ativa pelo menos duas gerações que foram criadas em um regime de austeridade e respeito à infraestrutura aeroportuária.
Quando a Infraero se transforma em uma Geni, em que todos jogam pedra, esconde-se um interesse de negociatas e empreiteiras. O Galeão é a maior área urbana do Rio. Não é apenas um terminal de passageiros, mas um latifúndio que envolve um possível polo industrial. Os interesses na privatização do aeroporto do Rio são revelados pela agressividade da mídia e de como alguns colunistas e veículos se colocam a serviço deste jogo imobiliário.
Neste tiroteio, os funcionários da Infraero mantêm a máquina funcionando e a empresa faz o seu dever de casa. A solução dos problemas existentes não são mas varridos para debaixo do tapete.
Neste contexto, a empresa tem a sorte de ser comandada por um carioca, Murilo Marques Barboza, que sabe da missão histórica que lhe foi confiada. Teremos um Aeroporto Internacional do Galeão Maestro Antonio Carlos Jobim pronto para receber os visitantes da Copa e da Olimpíada. Precisamos confiar na estrutura pré-existente e em uma equipe de funcionarios que sabem da sua missão. Não devemos é deixar contaminar os ouvidos e as ideias com o choro de parte da imprensa que se coloca a serviço de interesses inconfessáveis.