Com a variedade de espécies e a beleza das paisagens naturais, a cidade mais alta do Brasil se destaca como um destino imperdível para os amantes da natureza

A primavera em Campos do Jordão é um despertar da natureza, um momento em que a cidade se veste com uma bela paleta de cores. Nesta época, a cidade mais alta do Brasil, ainda aquecida pelos vestígios do inverno, saúda a chegada das temperaturas mais altas e dos dias mais longos, típicos da estação. São tempos coloridos, com os ares primaveris combinando a beleza das flores do fim do inverno com as do início do verão. 

A primavera é a estação de reprodução das flores, um momento crucial para a natureza, pois muitas plantas aproveitam o aumento da luz do dia para florescerem em toda sua plenitude. Espécies como o jasmim-amarelo, por exemplo, começam a florescer no final do inverno e continuam a embelezar a cidade durante toda a temporada. "As cerejeiras, por sua vez, seguem bem floridas, criando um espetáculo visual deslumbrante", destaca o paisagista Jair Pinheiro, de Campos do Jordão.

Além das cerejeiras e dos jasmins, as azaleias, petúnias, bocas-de-leão, resedás, jacarandás-mineiros e manacás-de-cheiro também colorem a paisagem de Campos do Jordão nesta época. "As plantas se guiam pelo tempo de claridade e com os dias mais longos na primavera, há um estímulo natural para a reprodução das espécies," explica o paisagista. Esse ciclo natural, aliado à transição do frio do fim do inverno para o calor do início do verão, cria um ambiente propício para uma variedade impressionante de flores. Alguns locais em Campos do Jordão tornam-se ainda mais floridos, como as imediações do Palácio Boa Vista com suas hortênsias exuberantes e a Estrada de Ferro, adornada pelos jasmins-amarelos. 

Esses cenários não só atraem visitantes, mas também contribuem para a biodiversidade local. Jair Pinheiro ressalta a importância das plantas melíferas na primavera. "Essas plantas não apenas fornecem um suprimento contínuo de néctar, mas também promovem a diversidade de sabores e características únicas no mel produzido," comenta. A atividade apícola é beneficiada pela variedade de plantas que atraem abelhas, como o aliso, assa-peixe, caliandras e lavanda. "A preservação e o incentivo ao crescimento de espécies nativas desempenham um papel vital na sustentabilidade e no sucesso da apicultura no Brasil", reforça.

Outra dica para quem quer ver de perto a beleza da natureza jordanense, é programar uma visita ao Parque Amantikir: são mais de 700 espécies de plantas ao longo dos 60.000 m², abertos à visitação durante todos os dias do ano.

Para Rafael Marcandali, diretor do Consórcio Aproveite Campos do Jordão, as belezas naturais da cidade transcendem os meses mais frios, oferecendo experiências únicas ao longo do ano e convidando o turista a descobrir a cidade em todas as estações. "Campos do Jordão é um destino que vai muito além do inverno. Na primavera, a cidade se transforma em um jardim vivo, com cores e aromas que encantam os visitantes. As flores, em plena reprodução, fazem com que cada passeio, seja pelos parques, pelas montanhas ou pelas trilhas, se torne uma oportunidade de conexão com a natureza. Queremos que os turistas aproveitem Campos o ano inteiro, porque cada estação traz algo especial, seja o frio aconchegante do inverno, o florescer vibrante da primavera, o calor acolhedor do verão com um reconfortante ar bem fresco à noite ou as paisagens tranquilas do outono”, afirma.

 

Observação de pássaros, um mundo a ser explorado

Com a chegada da primavera, Campos do Jordão dá as boas-vindas às inúmeras espécies de pássaros que enchem o céu com vida e cores, transformando-a em um verdadeiro observatório a céu aberto. 

O jordanense Thiago Carneiro trabalha com observação de aves desde 2006 e recebe visitantes do mundo inteiro. Ele conta que esta época do ano é considerada a melhor para este tipo de passeio. "É o período reprodutivo das aves, quando elas precisam estar mais ativas. Durante essa estação, algumas delas, como os psitacídeos, que incluem papagaios e tucanos, trocam suas plumagens para se tornarem mais atraentes, exibindo a chamada plumagem nupcial, que ajuda a atrair parceiros”, explica, acrescentando que os machos ficam mais bonitos, com cores mais evidentes. “Essa mudança torna a observação mais fácil, pois as aves ficam mais visíveis enquanto se exibem, voando com asas abertas. Além disso, os pássaros, em geral, também trocam de plumagem e vocalizam mais neste período”, complementa.

 

Aves “da casa”

Campos do Jordão é lar de diversas espécies de aves que podem ser vistas com mais facilidade durante a primavera. Entre elas estão o papagaio-de-peito-roxo, o beija-flor-de-topete, o caneleirinho-de-chapéu-preto, o caminheiro-de-barriga-acanelada, o cuiu-cuiu, o estalinho, a saudade, o fruxu e o grimpeiro. “Os melhores locais para observação incluem o Parque Estadual, o Pico do Imbiri, o Pico do Diamante, a Gruta dos Crioulos e a Pedra do Baú, que são áreas bem preservadas e que permitem ver bem esse espetáculo da natureza”, diz.

Além das aves residentes, Campos do Jordão também recebe espécies migratórias. Thiago explica que em todo o mundo existem espécies migratórias e que é possível observar algumas delas na região. "Uma ave que sai do Canadá na primavera, no inverno deles, vem para o Brasil, e chega até Tremembé, por exemplo", diz. Outras aves migram da Amazônia para a Mantiqueira e a Mata Atlântica, como o urutau, conhecido como mãe-da-lua, famoso por seu canto marcante. Durante a primavera, é comum inclusive avistar gaviões com rabo de tesoura voando no céu, também migratórios”, complementa.

Para a observação, pode ser usado algum equipamento de aumento de capacidade visual, como binóculos ou lentes de câmeras fotográficas, por exemplo. Thiago explica ainda que, nos passeios organizados por ele, a maioria dos visitantes é estrangeira e chega a agendar a observação de pássaros com um ano de antecedência. Mas há outras opções na cidade, como o Aventoriba, que leva os visitantes pelas trilhas do Hotel Toriba, onde é possível encontrar algumas espécies durante os passeios.