Baixa no movimento, principalmente nas cidades com menor fluxo de turistas, fez com que número de empresas com prejuízo aumentasse 60% no primeiro mês de 2024
A Abrasel divulgou hoje os resultados de sua mais recente pesquisa, destacando os desafios enfrentados pelo setor no início de 2024. O estudo revela que janeiro foi um mês difícil para os estabelecimentos, especialmente aqueles localizados em áreas com menor fluxo turístico. No primeiro mês do ano, 29% das empresas do setor relataram prejuízos, contra 18% que fecharam dezembro no vermelho, um aumento de cerca de 60% neste índice. Além disso, houve uma queda significativa no percentual de estabelecimentos que registraram lucro, passando de 48% em dezembro para 34% em janeiro. Foram ouvidos 2.128 empresários do setor em todos os estados do país, entre os dias 19 e 26 de fevereiro.
A pesquisa também indicou, ainda, que 59% dos bares e restaurantes tiveram um faturamento menor em janeiro do que no mês anterior. A queda no faturamento ajuda a explicar o mau desempenho.
“Janeiro é um mês um pouco atípico. O bom desempenho do setor em dezembro ajuda a criar um contraste com a baixa no primeiro mês do ano, em que muitas famílias estão de férias e fora dos grandes centros. Já sabemos que em fevereiro o Carnaval ajudou a compensar isso”, explica Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
A pesquisa corroborou estimativa da Abrasel, mostrando que no carnaval, 76% ficaram de portas abertas durante a folia. Destas, 40% das empresas disseram ter tido um aumento no faturamento em relação ao Carnaval do ano passado – esse aumento, em média, foi de 14,92%. Outros 15% tiveram um desempenho igual ao de 2023 e 39% ficaram abaixo - 6% não existiam em 2023.
Outro desafio enfrentado pelo setor é a dificuldade em reajustar os preços dos cardápios. Cerca de 40% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses, enquanto 51% realizaram reajustes conforme ou abaixo da inflação. Apenas 9% dos bares e restaurantes têm conseguido aumentar seus preços acima da inflação. Além disso, 43% dos estabelecimentos relataram atrasos em seus pagamentos, evidenciando as dificuldades financeiras ainda enfrentadas por parte do setor.