Acréscimo na compra de passagens por visitantes estrangeiros é referente à semana entre 25 e 31 de dezembro
A quantidade de turistas internacionais que compraram passagem para o Brasil para a semana de 25 a 31 de dezembro deste ano é 9,1% maior que em 2022. Segundo dados da Embratur, até 1º de dezembro, esse número era de 62.808 bilhetes. No ano passado, no mesmo período, os visitantes estrangeiros que se preparavam para passar a virada do ano no Brasil totalizavam 57.550. O crescimento acompanha a retomada do turismo internacional no Brasil após a fase mais crítica da pandemia de Covid-19.
A Embratur tem trabalhado em uma divulgação diversificada de destinos brasileiros no exterior como forma de aumentar os produtos nacionais nas prateleiras de operadoras de turismo norte-americanas e européias, por exemplo. Para isso, a agência está investindo na união entre turismo, sustentabilidade e diversidade. Um dos enfoques é o afroturismo, uma forma de o visitante conhecer a história dos povos pretos, seu legado, tradição e riqueza cultural apresentados nos destinos por pessoas pretas.
Outro é a sustentabilidade, que ajuda a promover destinos de natureza, por exemplo, garantindo a manutenção da fauna e flora dessas regiões. “Eu falo que o turismo é uma forma de vender a imagem do Brasil no exterior, mas de um Brasil que existe e que queremos para nós. O turismo tem que fazer bem para as regiões visitadas. E quando você olha o que o turista internacional quer, é isso. Ele quer uma viagem mais sustentável, um destino bem conservado e aprender com a história e a cultura dos locais que ele visita”, explica o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.
Os cinco países com maior compra de passagem para o Brasil são os Estados Unidos, Argentina, Portugal, Chile e Itália. No caso dos norte-americanos, a comparação 2023/2022 mostra um crescimento de 12,5% em passagens internacionais para o Brasil na semana de 25 a 31 de dezembro. Houve o registro de um total de 12.151 passagens compradas para o período contra 10.802 em 2022.
No ranking, o caso da Argentina é o único que foge a regra. Embora o país siga em segundo colocado na emissão de passagens aéreas para o Brasil no período assinalado em relação ao ano passado, o número de bilhetes caiu. Foi de 11.314 em 2022 para 9.936, uma redução de 12,2%. Já na posição seguinte, Portugal apresentou crescimento de 35,5% na emissão de passagens para quem deseja passar o Réveillon no Brasil. O número saltou de 3.176 em 2022 para 4.305 este ano.
Os dois últimos do top 5, Chile e Itália apresentaram crescimento, respectivamente, de 36% e 25,1%. No primeiro caso, o número de passagens compradas entre 25 e 31 de dezembro no país andino para passar as festas no Brasil em 2023 foi de 3.845, contra 2.827 em 2022. Já no caso do país europeu, o número registrado este ano é de 3.330, superando com folga os 2.662 do ano anterior.
Cenário mais amplo
A ferramenta Forward Keys, usada para fazer o levantamento, possibilita uma filtragem para obter um resultado mais preciso. Sem a filtragem, o número de passagens compradas no exterior que tem o Brasil como destino sobe para 103.398. Esse dado, porém, também inclui brasileiros que estão voltando do exterior após uma viagem internacional e passageiros em conexão, por exemplo.
Seguindo o levantamento mais amplo, o ranking dos cinco países que mais visitam o Brasil muda de ordem e a Argentina aparece em primeiro com 25.636 passagens compradas. Em seguida, vem os Estados Unidos com 16.470 bilhetes, seguidos por Portugal, com 6.293, Chile, com 6.088, e Itália, com 3.587.
Ponte inglesa
A Embratur tem trabalhado na divulgação dos destinos brasileiros no exterior, feito acordos com empresas aéreas para aumentar o número de conexões internacionais e atuado junto ao trade turístico nacional para fortalecer esse mercado. Em Londres, no início de novembro, na World Travel Market, uma das mais importantes feiras de turismo do mundo, a Agência anunciou uma nova rota da companhia aérea inglesa Virgin Atlantic Airlines ligando a Grã Bretanha ao Brasil.
Os voos diários vão começar em 13 de maio de 2024 e vão fazer o trajeto Heathrow (Londres) – Guarulhos (SP). A Virgin também firmará uma parceria com a Latam, para oferecer conexões de Guarulhos com cidades como Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).
Alta temporada
Em outubro, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, participou da solenidade do programa “Conheça o Brasil: Voando”, do Ministério do Turismo, que consolidou os dados sobre aumento de voos domésticos e internacionais na alta temporada de 2023/2024. A nova malha aérea regular do verão brasileiro contará com 94 novos voos, sendo 81 nacionais e 13 ligando destinos internacionais ao Brasil.
A ação visa democratizar o acesso dos brasileiros à aviação civil, o que fortalece o turismo interno e também propicia que o turista internacional passe mais tempo no Brasil, fortalecendo a estratégia da Embratur de diversificação dos destinos turísticos. O programa também prevê uma campanha de promoção de destinos turísticos no país distribuída nas aeronaves e a implementação de stopover em voos domésticos e internacionais.
Com o stopover, passageiros podem aumentar o tempo de permanência em uma escala ou conexão para visitar um ponto turístico estendendo as férias e com poucas mudanças no preço da passagem.
Pré-pandemia
A expectativa da Embratur é que, em 2024, o Brasil ultrapasse o patamar de turismo internacional do cenário econômico pré-pandêmico (2019), chegando a 7 milhões de visitantes do exterior. Em comparação com as compras de passagem na semana de 25 a 31 de dezembro de 2019, os números de 2023 ainda seguem patamares inferiores.
Apesar disso, alguns mercados já ultrapassaram os patamares de 2019. É o caso dos Estados Unidos, que se mantém em 1º lugar no ranking e teve 11.318 vendas naquele ano, mas em 2023, chegou a 12.151, um crescimento de 7,4% mesmo em relação ao período pré-Covid. E o mesmo ocorreu com Portugal, que foi de 2.489 para 4.305, um crescimento de 73%.
Ainda dentro do mesmo comparativo, o Reino Unido saltou de 2.498 em 2019 para 3.154 em 2023, crescimento de 36,3%. Já Canadá, Espanha, Holanda e Austrália apresentaram crescimento, respectivamente, de 12,7% (2.380 – 2.682), 6,8% (1.761 – 1.880), 36,2% (910 – 1.239), e 15,6% (816 – 943).