Mudanças na metodologia de pesquisas devem resultar em uma base de dados mais robusta e padronizada com o Situr Nacional. Com ele, será possível ter um retrato do emprego formal no setor do turismo, além de segmentos específicos como agências de viagem e transporte aéreo
O Ministério do Turismo (MTur) está implementando um conjunto de ações com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o setor de turismo: o novo Sistema Nacional de Informações Turísticas - o Situr Nacional. As etapas deste processo foram apresentadas no II Seminário Técnico do Plano Nacional Estratégico de Estatísticas Turísticas - Brasil 2016-2014, realizado na semana passada, em Brasília.
Além de renovar a pesquisa de turismo internacional, representantes de órgãos públicos e privados, consultores internacionais e acadêmicos discutiram questões relativas à implantação do Situr. “A governança é essencial para toda a estrutura institucional. Esse seminário não termina hoje, a economia do turismo depende do que conseguiremos fazer com o nosso novo sistema”, afirmou o diretor do Departamento de Estudos e Pesquisa, José Francisco de Salles Lopes.
Uma das pesquisas estratégicas para o sistema é a ampliação do estudo sobre meios de hospedagem, em negociação com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que será feita em 2016. Prevê-se uma coleta de cerca de 40 mil estabelecimentos. Em 2011, o universo foi de sete mil meios de hospedagem. Diversas categorias, desde o mais luxuoso ao mais simples, incluindo o cama e café, serão pesquisados.
Segundo o técnico de Serviços e Comércio do IBGE e gerente da pesquisa, Roberto Saldanha, a meta é montar um diretório robusto e atualizado sobre a oferta de serviços de hospedagem no Brasil, com informações sobre o número de estabelecimentos, além de unidades habitacionais e leitos. Será a base para a realização de sondagens de ocupação hoteleira e de outros levantamentos derivados.
O IBGE começará a divulgar, também, um retrato do setor de turismo com base em informações coletadas com segmentos como agências de turismo, transporte aéreo, transporte turístico, locadora de veículos e alojamentos. O levantamento estará disponível a partir de setembro deste ano com dados do Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. A base de dados completa terá informações retroativas, que datam de janeiro de 2012.
Outra novidade foi a apresentação de uma ferramenta que permitirá a consulta a dados sobre a mensuração do emprego formal do setor de turismo no Brasil, usando como principais fontes a Relação Anual de Informações Sociais - RAIS e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - PNAD. A iniciativa realizada pelo MTur, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Codeplan, vai permitir dimensionar o número de empregos de forma comparável para os níveis nacional, estadual e municipal.
Dados do IPEA revelam que os estados que geram mais empregos no setor e apresentam maior índice de dependência das atividades relacionadas ao turismo, segundo a RAIS 2013, são o Rio de Janeiro, Alagoas, Rio Grande do Norte, Roraima e Distrito Federal.
O consórcio FIPE- FGV apresentou, durante o evento, os avanços alcançados na implementação do Plano Nacional Estratégico de Estatísticas Turísticas 2016-2021. Entre eles estão as melhorias nas pesquisas de turismo internacional, doméstico, oferta de meios de hospedagem, além das ações de capacitação de técnicos do Ministério do Turismo e outros entes oficias de turismo.