Em tempo de pandemia, intercambistas contam como é viajar o mundo com segurança
Redação
Intercâmbio estudantil em época de crise sanitária? Muitos pais fazem essa pergunta, sobretudo aqueles cujas famílias têm a tradição de proporcionar essa oportunidade aos filhos. Jovens brasileiros atestam ser possível e garantem estar desfrutando de uma experiência enriquecedora além do aprendizado de nova língua e contato com outras culturas: vivenciam como estes países lidam com a pandemia. “Estou na reta final e muito feliz por tudo que estou tendo a oportunidade de viver”, diz Sofia Bernardes Zampieri, de Cuiabá, que cursa high school pelo AFS, na Suíça.
As oportunidades de morar e estudar em outro país são muitas, desde a retomada dos programas no ano passado. O AFS — a mais antiga organização de intercâmbio para jovens do mundo — está com inscrições abertas para estudantes brasileiros que desejam cursar high school em 2022. Há vagas para mais de 40 países de diferentes continentes.
Sofia Bernardes Zampieri viajou no início setembro do ano passado, ficou 10 dias em uma casa nas montanhas em quarentena. Foi para a escola. “Em setembro e outubro a situação não estava tão grave, em algumas aulas não era necessário usar máscaras e todo o comércio estava aberto”, conta. Depois, a situação piorou, quase tudo fechou, com exceção dos mercados. Melhorou novamente, lojas, teatros e cinemas reabriram as portas, já se pode comer nas áreas externas dos restaurantes. Os alunos fazem testes de RT-PCR toda semana para saber se têm a Covid-19.
“Mas mesmo com todas as restrições eu ainda podia viajar com amigos ou com a minha família hospedeira, conheci lugares incríveis”, afirma Sofia. Ela retorna ao Brasil em julho deste ano, lembra da sorte de estar lá e das dúvidas iniciais, se ia aproveitar a experiência ao máximo. Acredita que conseguiu. “Intercâmbio sempre esteve presente na minha vida, fiz o primeiro quando estava com 12 anos. Passei duas semanas em um dormitório da Universidade São José, na Califórnia, nos Estados Unidos.”
Aos 14 anos, foi para Londres, na Inglaterra. Segue a tradição da família: pai, tia, primos já tinham ido estudar fora do país. Todos pelo AFS. Conheceu vários intercambistas que ficaram na casa de familiares. “Adorava conversar com eles. Acho está experiência de estudar no exterior muito importante”, diz.
Flora Olívia Dubiella da Silva também está tendo a sua. Ela foi em outubro do ano passado para a Áustria e volta em julho. Passou a quarentena lá, tem aulas presenciais e on-line. “Vou praticamente quase todos os dias à escola porque tenho ensino extracurricular.” Faz aulas de canto, teatro e alemão, viaja, tem muitos amigos, vai a piqueniques. Viu lojas, museus, teatros reabrirem e a vida voltar quase ao normal.