Situada no litoral Leste do México, caverne mede cerca de 347 quilômetros
Uma equipe de mergulhadores descobriu, no litoral Leste do México, uma conexão entre duas grandes grutas submersas, revelando, assim, o que pode ser a maior caverna submersa do mundo. Acredita-se que o achado, perto de uma cidade turística, pode ajudar a conhecer melhor a antiga civilização Maia, uma das maiores da época pré-colombiana.
A descoberta aconteceu durante os trabalhos do Gran Acuifero Maya (GAM), um projeto dedicado ao estudo e à preservação das águas subterrâneas da Península de Yucatán. O grupo descobriu uma conexão entre dois sistemas de cavernas anteriormente conhecidos: o Sac Actun, com 263 quilômetros de extensão, e o Dos Ojos, com 83 quilômetros. Com isso, revelou-se que as duas grutas são uma mesma caverna de 347 quilômetros.
O diretor do projeto GAM e pesquisador do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, Guillermo de Anda, descreveu o achado como "incrível" e espera que ele ajude a compreender o desenvolvimento da vida na península de Yucatán.
A península de Yucatán é repleta de relíquias monumentais dos maias, cujas cidades foram baseadas em uma extensa rede de poços ligados às águas subterrâneas conhecidas como cenotes. Alguns deles adquiriram inclusive um significado religioso particular para os maias, cujos descendentes continuam a habitar a região.
O diretor de exploração do projeto GAM, Robert Schmittner, começou a mergulhar em centenas de quilômetros de cavernas submersas na região há duas décadas e, juntamente com uma equipe de mergulhadores de cavernas, dedicou os últimos 14 anos ao sistema Sac Actun, de acordo com o site do projeto.