Passeio estimula atividade física e oferece uma nova perspectiva do espaço urbano
Os roteiros turísticos de bicicleta despontam como opção alternativa para conhecer os destinos. Afinal, o Brasil tem hoje mais de 1,6 mil quilômetros de malha cicloviária e agências especializadas em visitas guiadas sobre duas rodas, de forma a revelar ao viajante um novo olhar sobre a cidade.
“De bicicleta, o turista passa a entender o espaço urbano sobre uma nova perspectiva, algo que não seria possível em um passeio de carro ou de ônibus”, diz Graco Santos, empresário que começou a oferecer o serviço há menos de um ano, em Brasília.
De acordo com um levantamento feito pela União de Ciclistas do Brasil (UCB) em 14 cidades brasileiras, a capital federal é a cidade com a maior quantidade de ciclovias do país: são 440 quilômetros, seguida pelo Rio de Janeiro, com 374 quilômetros e São Paulo, com 290 quilômetros. Se somadas, ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas operacionais de lazer, entretanto, o município de São Paulo contabiliza 448 quilômetros de infraestrutura cicloviária.
De olho nos benefícios do cicloturismo, a ilha Fernando de Noronha (PE) planeja implantar o compartilhamento de 105 bicicletas públicas, das quais três para deficientes visuais e duas para deficientes físicos. Serão sinalizados 30 espaços para realização de trilhas, com uso compartilhado entre pedestres e ciclistas, com placas indicativas em dois idiomas: português e inglês, segundo a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco. A ilha é parte de um Parque Nacional Marinho.
Os novos roteiros turísticos de bicicleta refletem o aumento do uso deste meio de transporte no país e, ao mesmo tempo, beneficiam o turismo, segundo André Geraldo Soares, presidente da UCB. “Outro fator positivo é que essas empresas acabam pressionando o poder público a oferecer mais infraestrutura e segurança para este tipo de turista”, diz.
Nos últimos 10 anos, o Ministério do Turismo repassou mais de R$ 24,5 milhões aos municípios brasileiros para construção de ciclovias. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de bicicletas, com uma média de 4,5 milhões por ano, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares.