Reconhecido pelas Nações Unidas como ferramenta para o desenvolvimento local e preservação do patrimônio natural, turismo sustentável ganha espaço no país
Neste fim de semana são comemorados os dias mundiais da Floresta (sábado, 21) e da Água (domingo, 22). Com riquezas como a Floresta Amazônica, o Pantanal, o Cerrado, a Mata Atlântica e mais de 8 mil quilômetros de litoral, além da maior bacia hidrográfica do planeta, o Brasil é considerado pelo Fórum Econômico Mundial como o país com maior potencial turístico em atrativos naturais.
Para o ministro do Turismo, Vinicius Lages, o estímulo à sustentabilidade é essencial para que se inaugure um novo ciclo de oportunidades na economia brasileira. “Ao estimular que comunidades valorizem o patrimônio cultural por meio do turismo, temos a oportunidade de qualificar a população e gerar renda extra aos trabalhadores, sem perder de vista a divulgação do patrimônio cultural do país”, afirma.
O “turismo sustentável”, como vem sendo chamado, é uma via de mão dupla, exige a preparação das comunidades e a mobilização das empresas de viagem que lidam com elas, para assim, sensibilizar o viajante. Agência especializadas em turismo sustentável, como a de Gabrielle Monteiro, neutralizam as emissões de carbono de cada viagem por meio do plantio de árvores e a escolha de parceiros. “Somente quando as pessoas conhecem é que passam a dar valor e preservar a riqueza dos recursos naturais”, diz.
Segundo ela, a renda gerada pelo turismo contribui para a preservação da cultura local e do patrimônio natural. Uma resolução das Organizações das Nações Unidas reconheceu, neste ano, o turismo sustentável como ferramenta para viabilizar economicamente a proteção de unidades de conservação, bem como para o desenvolvimento local.
O diretor do programa de desenvolvimento sustentável da Organização Mundial do Turismo (OMT), Dirk Glaesser, disse ao MTur que a resolução da ONU ainda pede ações específicas que “ajudem governos a priorizar atividades que tornem o turismo uma das forças para o bem”. Segundo ele, isso deve ser feito ao mesmo tempo em que sejam eliminados os impactos do turismo em recursos naturais.
A procura pelo turismo de natureza é uma tendência mundial. Segundo a Organização Mundial do Turismo, a expansão do segmento está entre 15% e 25% ao ano. A fim de preparar o país para atender a essa demanda, o Ministério do Turismo considera equipar os parques nacionais com infraestrutura e aumentar o número de visitantes, uma das prioridades estratégica do Plano Nacional do Turismo (PNT).
A visitação de parques nacionais passou de 1,9 milhão em 2006 para 6 milhões em 2013. Os números de 2014 ainda não forram informados pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), responsável pela administração dos parques, embora Foz de Iguaçu (PR) e Parque Nacional da Tijuca (RJ) tenham registrado números recordes de turistas no ano passado.