Depois de um ano de recuperação da economia e após o primeiro grande baque da pandemia, Brasil dá claros sinais de que a retomada já começou

Redação

Mesmo com o setor de serviços ainda fraco, a retomada da economia brasileira começou. O anúncio ontem (01.06) de um crescimento de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre comprova que o pessimismo deve dar lugar a uma fase otimista da economia brasileira. Essa é a análise de Francisco Levy, estrategista financeiro.

Executivo do mercado financeiro, Levy é especialista em gestão de ativos há mais de 30 anos e já vinha dizendo que a situação estava mudando a alguns trimestres e explica que o resultado positivo foi beneficiado pela elevação dos preços das commodities no mercado internacional, pelos juros baixos e pelo câmbio excessivamente elevado. Sua visão atual é a de continuidade da queda do dólar e também em um período sazonal de baixo risco de inflação, pois os principais repasses de custos já foram feitos. 

Para os investidores que perceberam o potencial que os preços depreciados, associado ao impacto potencial dos juros baixos e do câmbio, os retornos foram muito positivos, mas, para aqueles que ficaram assustados com as manchetes de jornal e não aproveitaram, Levy acredita que ainda tem ganhos potenciais nos ativos de risco: “o período de cautela excessiva precisa ser revisto por aqueles que ficaram muito pessimistas”, diz o estrategista.

A vacinação já atingiu os mais idosos e começa a chegar em poucas semanas aos profissionais economicamente ativos, impactando numa retomada mais pronunciada do setor de serviços no segundo semestre deste ano. Francisco Levy acredita que nos próximos meses vamos ver a entrada de capital estrangeiro e uma fase bastante promissora da economia. 

“Para os investidores estrangeiros, a bolsa brasileira está relativamente muito descontada, quando medida em dólar,  e é uma oportunidade num mundo de ativos historicamente caros. Uma parte dos ganhos potenciais deve ocorrer devido a uma apreciação do real, por isso, para portfólios cujo objetivo é superar o CDI estamos zerados no risco dólar e acima do usual nos ativos de maior risco, como em bolsa, multimercados e imobiliários”, disse Levy.