Como agravante, PL que aumenta as alíquotas incidentes sobre a receita bruta de 2% para 4,5% na hotelaria, foi aprovada
A crise econômica vivida atualmente pelo Brasil tem afetado diversos setores, causado demissões e fechamento de vagas. Na hotelaria alagoana, os reflexos desse momento têm sido grandes, com diminuição de investimentos e aumento dos custos, como água e energia.
De acordo com o Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Alagoas (ABIH-AL), Maurinho Vasconcelos, se os aumentos continuarem, as demissões em um dos setores que mais emprega em Alagoas poderão ocorrer. “O turismo não tem como ser mecanizado, é um mercado feito de pessoas, mas com a situação atual, os hotéis têm deixado de contratar e, no futuro, poderão ser feitos cortes na folha”, lamenta.
Para agravar a situação, no dia 25 de junho, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 863/15, que aumenta as alíquotas incidentes sobre a receita bruta de empresas de 56 setores da economia. O ajuste fiscal, com desoneração sobre a folha de pagamento da hotelaria, passará de 2% para 4,5% entrando em vigor daqui a 90 dias após a publicação da futura lei.
O Presidente da Comissão de Turismo na Câmara, Deputado Alex Manente, ainda solicitou o substitutivo do aumento para que ficasse em 3%, mas não houve aprovação.
Baixa ocupação hoteleira
Como conseqüência da crise, os hotéis alagoanos se preparam para o mês de julho, época de alta temporada, mas que terá a menor ocupação dos últimos anos. De acordo com dados da ABIH-AL, a média de vendas em 2015 é de 46,14%.
“Até maio, tivemos uma queda de 3,5% na ocupação e com a diária média no mesmo valor do ano anterior, sem reajuste. Em julho, teremos uma redução ainda maior, de 10%”, afirma Maurinho.
Em julho de 2014, a ocupação ficou em 60,32%. Já em 2013, no mesmo mês, a média ficou acima, com ocupação de 79% e em alguns casos, como os empreendimentos 4 ou 5 estrelas, de 80%.
“O nosso estado já é penalizado com uma malha aérea restrita e com o custo do ticket que é um dos maiores do nordeste. Em uma situação como essa, as pessoas cortam os seus supérfluos e as viagens ficam para o próximo ano”, explica o Presidente da Associação.