No destaque, revestimentos em pisos e paredes com Ardósia chocolate vinda de Minas Gerais depois de uma espera de 13 meses
O Hotel Botanique, na Mantiqueira comemora esta semana mais uma conquista internacional: recebeu o prêmio GADA, Global Architectural and Design Awards - na categoria “Menção Honrosa”. A premiação é iniciativa da prestigiada Rethinking the Future, organização líder e comprometida em fornecer uma plataforma internacional para reconhecer talentos do Design no mundo, e que também celebra e compartiha conhecimentos através de prêmios, eventos e diálogos acadêmicos no campo da arquitetura e do design.
Sinergia entre vários arquitetos – os telhados do hotel são de William Gorham, e a estrutura arquitetônica é assinada por Cândida Tabet. Contando com a participação de vários paisagistas, o hotel incorpora elementos raros, como vigas e tábuas com 106 anos de idade; pedras de saibro de rios próximos, com até 3 toneladas cada, empilhadas e inteiras . Levou cerca de 18 meses de montagem e um ano de espera para autorização do IBAMA.
No destaque, revestimentos em pisos e paredes com Ardósia chocolate vinda de Minas Gerais depois de uma espera de 13 meses. A pedra é originária de uma mina que explora ardósia tradicional (verde), e que chega nesta cor, no substrato, apenas a cada 17 meses. A estrutura dos telhados foi feita apenas à mão, com engates, rebites e junções artesanais. Todo o telhado é de madeira itaúba, comprada bruta, cortada, tabicada, secada por anos e depois colocada sem verniz, resina ou proteção.
O paisagismo contou com a participação de vários profissionais,, inclusive de um dos principais do mundo, o inglês John Brookes . O resultado é um conjunto de jardins um tanto ousado.
O prédio principal está “plantado” dentro de 300 caixas de horta, com jardins verticais e milhares de vasos, circundado por jerivás de altitude, e as raras erezinas vermelhas que se avistam do corpo principal do hotel. Lagos, madeira de lei e as araucárias completam os bosques fechados do entorno. Todos os apartamentos apresentam termos botânicos que dizem respeito ao hotel e seus jardins. Nem todos os nomes são fáceis de lembrar, mas são termos curiosos.
Os interiores foram projetados com a curadoria da Adélia Borges, ícone da crítica de design no país (foi diretora do museu da casa brasileira). Foram selecionados dezenas de jovens, promissores ou especiais designers nacionais. De meninos pós-adolescentes ao bar da veterana Heloisa Croco (RG), procurou-se o desconhecido, o inusitado, sem trocar elegância por efeito demonstrativo. Muitos dos móveis são únicos e os demais são de edição limitada.