Uma das novas atrações é conhecer a Fazenda Santa Júlia, que tem fácil acesso e fica a menos de 9 quilômetros da área central da cidade.
Tradicionalmente conhecida pelas suas belezas naturais, a estância turística de São Pedro está localizada a cerca de 200 quilômetros da capital paulista e oferece diversos atrativos. Com pouco mais de 50 mil habitantes, repousa na encosta da Serra do Itaqueri. Ao mesmo tempo que oferece uma diversificada rede hotelaria para quem quer descanso e tranquilidade, é visitada por milhares de aventureiros que adoram fazer rapel, trilhas de jipe, voos livres, balonismo, off-road ou simplesmente usufruir de refrescantes banhos de cachoeiras, muitas destas escondidas em belíssimas propriedades.
Recentemente, uma das atrações novas à disposição dos visitantes é conhecer a Fazenda Santa Júlia, que tem fácil acesso e fica a menos de 9 quilômetros da área central da cidade. A estrada que liga São Pedro a Santa Maria da Serra foi preservada ao longo das décadas, restaurada e abriga construções históricas, como uma linda capela, e é cortada por dois rios lindíssimos que nascem de cachoeiras que ficam dentro da própria propriedade.
Um pouco da história: O Engenho do Boffete – Fazenda Santa Júlia
A Fazenda Santa Júlia, como hoje é conhecida, foi fundada no início da povoação de São Pedro por Luís Teixeira de Barros, irmão de Joaquim, o Povoador. Ali ele se estabeleceu com seu sócio e concunhado, Afonso Agostinho Gentil de Andrade. A fazenda era conhecida como Engenho do Boffete. Em 1875, ela foi vendida por 15 contos de réis ao capitão Veríssimo da Silva Prado. Este, mais tarde, vendeu-a ao Barão de Araraquara, que mudou o seu nome para Fazenda Santa Júlia.
João Batista de Oliveira era filho do Barão de Araraquara e estava à frente dessa importante fazenda, grande produtora de café. Com uma superfície de 500 alqueires, 100 deles eram destinados ao café. Havia 180 mil pés. Produziam uma média anual de 180 toneladas, consideradas de ótima qualidade.
Vinte alqueires eram destinados à cultura de cereais, com uma produção anual considerável de mil litros. Para as pastagens e forrageiras, eram ocupados 80 alqueires. O restante das terras era coberto de mata virgem, rica em madeira para construção de móveis. O pessoal da fazenda envolvido com o cultivo de café era constituído de 135 pessoas: 90 italianos, 40 brasileiros e cinco de outras nacionalidades.
A preparação do produto para o comércio exigia certos cuidados a partir da derriçagem, ou seja, a “colheita de frutos do café através do escorregamento firme das mãos pelos galhos". Para isso havia um maquinário completo, tudo fornecido pela Companhia Lidgewood.
Trinta contos de réis eram gastos anualmente na manutenção da fazenda, que possuía também uma serraria e moinhos. Ela era administrada por seu proprietário, formado pela Escola Comercial de Hamburgo, após conclusão dos estudos em São Paulo.
João Batista de Oliveira também participou da vida pública em São Pedro. Em 1902, como tenente-coronel, entrou para a Guarda Nacional. Foi também provedor da Santa Casa, na época de sua inauguração, aos 2 de agosto de 1908. Ocupou, ainda, o cargo de conselheiro da Câmara Municipal e presidente do Diretório Político local, tendo a simpatia dos munícipes, em especial os imigrantes.
Atualmente, a Fazenda Santa Júlia é administrada pela família. No comando estão nada menos que 7 mulheres que fazem a gestão do maravilhoso empreendimento. Dessas, as mais atuantes são Maria Tereza de Oliveira Pinto Ferrari e sua irmão Maria Célia de Oliveira Pinto Ferrari, que se dividem na promoção e marketing do espaço.
As visitas com tour devem ser programadas com antecedência. O valor do tour é de R$ 50,00 por pessoa. Domingo sim, domingo não, a Fazenda abre para um delicioso brunch, onde os visitantes têm a oportunidade de, além do tour, das trilhas, e de admirar toda a beleza da fazenda, poder experimentar mais de 40 itens preparados de maneira artesanal pela família. O valor do brunch é de R$ 100,00 por pessoa, e sempre com reservas antecipadas. Preços especiais para crianças.