Editorial escrito pelo jornalista Claudio Magnavita
Por Cláudio Magnavita*
Na safra de governadores eleitos em 2018, nenhum deles estava em uma posição mais confortável junto ao Governo Federal do que o do Rio. Foi eleito com o apoio do senador Flávio Bolsonaro e tinha tudo para ser o queridinho do Planalto.
A ambição precoce de ser Presidente conseguiu ruir o cordão umbilical que ligava Witzel com a família Bolsonaro. O maior erro estratégico do governador foi a demissão do publicitário Gutemberg Fonseca já nos primeiros meses de gestão. Exonerou como um claro sinal de rompimento. Avaliou mal o seu auxiliar. Menosprezou a força de Gutemberg com a família. Achou que não faria diferença.
O prefeito Marcelo Crivella fez então a aposta. Nomeou Gutemberg para uma de suas mais importantes secretarias e passou a ter uma linha direta com Brasília e a receber uma ajuda que hoje faz falta a Witzel.
Se a aposta deu resultado no campo administrativo, agora no campo eleitoral Crivella recebe na sua legenda partidária a família Bolsonoro toda. Até o senador fez a opção partidária. O destino final é o Aliança, mas tudo muito conversado. O peso político de Crivella é outro.
Já Witzel optou por ouvir o mantra de puxa-saco de André Moura e agora, com a pandemia, barril de petróleo a 20 dólares, vai ter de ficar de joelhos perante o Planalto. Cada vez mais as suas reuniões são “papos de duro”. Fala-se muito e ninguém resolve por que falta recursos. Ele tinha tudo... traiu e hoje só lhe restar implorar por ajuda.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã