Viva a experiência marinha: festival oferece atividades para todos os gostos e idades. Uma semana inteira dedicada aos oceanos: palestras, cinema, música e muito mais.

 

Ao longo de cinco dias de intensa programação, entre 18 e 22 de setembro, a quinta edição da SP Ocean Week, festival anual em defesa da sustentabilidade e  celebração à cultura oceânica, ocupará diversos espaços do Memorial da América Latina, em São Paulo, e apresentará ao público mais de 20 painéis de atividades, totalmente gratuitas, reunindo mais de 60 palestrantes e 28 institutos de pesquisa científica e ONGs de conservação marinha.

 

Com início às 9h quarta-feira (18), a abertura do evento será celebrada à noite, à partir das 19h30, em um talkshow de realizado no auditório Simon Bolivar, com duas horas de duração reunindo quatro convidados: a documentarista, médica e mergulhadora Karina Oliani, embaixadora do WWF Brasil; a bióloga Tatiana Neves, especialista em aves marinhas e fundadora do Projeto Albatroz; o economista e velejador Vilfredo Schurmann, idealizador da expedição Vozes do Oceano; e o  oceanógrafo Alexander Turra, professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), coordenador da Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano e cofundador da SP Ocean Week ao lado do jornalista e arquiteto Alfredo Nastari.

 

Em meio às rodas de conversas, o evento de abertura do festival também apresentará ao público duas atrações musicais de artistas ligados à defesa do meio ambiente e da vida marinha: o cantor e compositor pernambucano Lenine e o duo Benziê, formado pelo casal Vic Conegero e Du Pessoa. O evento será transmitido ao vivo pela internet e, posteriormente, terá exibição na programação da TV Cultura, coprodutora do talkshow, que também conta com o apoio de seis patrocinadores: Repsol Sinopec Brasil, Instituto Aegea, Ecorodovias, Wilson Sons, Sebrae e Odontoprev. 

 

Ao longo dos cinco dias, no foyer do Auditório Simon Bolívar o público também terá acesso a uma série de atividades no Cais do Porto, um espaço expositivo com mais de 2 mil m² que reunirá estandes de ONGs de conservação marinha e institutos de pesquisa que apresentarão conteúdos sobre as ações realizadas por cada um deles. Entre outros parceiros da SP Ocean Week 2024, o espaço reunirá instituições como: Aoceano – Associação Brasileira de Oceanografia, Projeto Coral Vivo, Projeto Albatroz, Projeto Golfinho Rotador, Sea Shepherd Brasil, Instituto de Conservação Costeira – ICC, Projeto Marulho e Projeto Franca Austral (confira a lista completa).

 

O espaço Cais do Porto também acolherá a mostra Pequenos Notáveis: Histórias dos Seres Microscópicos que Sustentam Toda a Vida no Oceano. Idealizada pela professora Claudia Namiki, do Laboratório de Ecologia das Fases Iniciais dos Peixes - Instituto Oceanográfico da USP (LEFIP IOUSP), a exposição educativa revela a importância dos microrganismos marinhos, destacando sua contribuição para o equilíbrio dos ecossistemas oceânicos.

 

“Na SP Ocean Week 2024 nós pretendemos dobrar o número de visitantes, com a expectativa de receber cerca de 15 mil pessoas. Entre os destaques desta nova edição teremos uma nova atração, o Batismo de Mergulho, uma experiência emocionante. A atividade será realizada em um contêiner com 30 mil litros d’água e o participante terá a sensação de respirar submerso. Teremos, ainda, uma grande ênfase na economia azul e nas ações do Oceans 20 (O20) propostas ao G20, dois temas que serão abordados nos painéis Ideias Azuis. Outra novidade é que aumentamos o número de expositores de 20 para 35, ocupando o espaço máximo permitido pelo Memorial da América Latina”, antecipa Nastari, diretor executivo da SP Ocean Week. 

 

No Palco Mar Aberto, ao longo dos cinco dias do evento, das 10 às 18h, a SP Ocean Week 2024 também abrirá um espaço democrático para apresentações artísticas, contação de histórias, atividades interativas, performances, oficinas e lançamento de livros e filmes, em apresentações contínuas de, no mínimo, 30 minutos e, no máximo, 60 minutos de duração. As inscrições para a participação no Palco Mar Aberto podem ser realizadas até 15 de agosto de 2024 por meio deste link.

 

Entre 21 e 22 de setembro, na programação de fim de semana da SP Ocean Week 2024, o painel de entrevistas Gente do Mar reunirá personalidades ligadas à cultura oceânica em suas múltiplas dimensões, como atletas de esportes náuticos, navegadores, pesquisadores e divulgadores. Nesta edição, a roda de conversas reunirá o navegador Amyr Klink, o navegador e cineasta David Schurmann, o pioneiro do surfe brasileiro Rico de Souza, o navegador Beto Pandiani, a velejadora olímpica Isabel Swann, os skippers de vela Tariana Zanardi e Alcides Falanghe e o músico Evaldo Pereira, expoente da cultura caiçara de São Sebastião (SP). Além de participar como entrevistado, abordando a série documental 3X Ártico – O Alerta do Gelo, produção da Globoplay que faz um balanço sobre os impactos das mudanças climáticas observados em três expedições feitas por ele na Groenlândia, o jornalista Ernesto Paglia também conduzirá a conversa com Amyr Klink.  

 

Reunindo uma série de entrevistas em formato de podcasts com renomados especialistas ao longo de três dias, entre 18 e 20 de setembro o painel de debates Ideias Azuis promoverá discussões que apontarão caminhos para o cumprimento das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS 14), que é parte de uma série de 17 resoluções estabelecidas pela ONU em 2015, com o apontamento de medidas de proteção à vida na água. A roda de conversas será pautada também pela Década do Oceano da ONU, compreendida entre 2021 e 2030, que pretende entregar um oceano saudável, seguro, produtivo e sustentável para as futuras gerações.

 

Com 1h30 de duração, cada conversa da série Ideias Azuis contará com a presença de dois a quatro convidados e terá a mediação de Beatriz Santomauro, jornalista com especialização em sustentabilidade. Com o tema Saúde Única do Oceano – Justiça Azul, Ambiental e Social, o primeiro dia de debates, quarta-feira (18), apresentará quatro painéis: 1) Oceano Limpo – Um desafio chamado Baía da Guanabara – Soluções e Perspectivas de Uso Sustentável; 2) Conservação – Um Oceano Saudável e Resiliente; 3) Cultura Oceânica – Um Oceano Inspirador e Envolvente; 4) Comunidades Tradicionais –  Repensar a Relação do Humano com o Mar.  

 

No segundo dia, quinta-feira (19), a chamada “economia azul”, que promove a exploração sustentável dos recursos dos oceanos, dará a tônica aos debates, que discutirão temas como inovação, soluções e perspectivas, nos seguintes painéis: 1) Alimento – Pesca, Aquicultura e Biotecnologia; 2) Energia do Oceano – Transição Energética; 3) Navegação – Transição Para a Sustentabilidade. No encerramento do segundo dia de atividades do Ideias Azuis, no painel Venture Capital, a SP Ocean Week 2024 promoverá um pitch de captação reunindo startups que apresentarão seus projetos a um grupo de investidores.    

 

Encerrando a série, na sexta-feira (20) o festival apresentará quatro painéis que discutirão a agenda do Oceans 20 (O20), Grupo de Engajamento da Sociedade Civil sobre o Oceano, que foi instituído em 2023, após o Brasil ter assumido a Presidência do G20, e que congrega ações do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas – INPO, da Fundação Brasileira Para Biodiversidade – FUNBIO, do Pacto Global da ONU, do Fórum Econômico Mundial e do Woods Hole Oceanographic Institution, centro de pesquisa oceânica fundado em 1930 nos Estados Unidos.

“A formação do Oceans 20 constitui uma proposta bastante ousada de diversificação de caminhos, não só de financiamento, mas também de geração de oportunidades para que a economia sustentável do oceano possa florescer e, com base nela, se justifique cada vez mais a necessidade de um oceano saudável, limpo e produtivo, que tenha como base a conservação. Uma transformação de paradigma para que a gente consiga sair de uma abordagem de mineração para uma exploração mais voltada aos serviços ecossistêmicos, que são tão importantes para a humanidade continuar tendo qualidade de vida e poder continuar vivendo no planeta”, explica um dos cofundadores do O20, o oceanógrafo Alexander Turra.


No primeiro painel com as proposições do O20 para o G20, recomendações do terceiro setor serão apresentadas por três instituições: Sea Shepherd Brasil; Rede Biomar; e Parley. Apontamentos da iniciativa privada irão compor as discussões promovidas no segundo painel, que reunirá: Sebrae, BNDES, Ilha Hub de Inovação, hub de empreendedorismo, ciência, tecnologia e inovação baseado em Ilhabela (SP); e a empresa Aegea, líder no segmento privado de saneamento básico. Nos painéis 3 e 4, signatários do Compromisso Para o Futuro do Oceano, documento formulado durante a edição 2023 da SP Ocean Week, se reunirão para fazer um balanço das atividades e dos avanços empreendidos no último ano. Após o último painel o festival também promoverá a entrega do Prêmio Marta Vanucci, honraria que presta homenagem à pioneira da oceanografia no Brasil e foi idealizada pela Cátedra UNESCO para Sustentabilidade do Oceano com a finalidade de destacar mulheres que atuam na produção científica de conhecimento sobre o mar.

 

Movimento Pororoca

Com o objetivo de aproximar o oceano da sociedade, unindo esforços e compartilhando iniciativas para promover a Cultura Oceânica e a sustentabilidade do oceano, a SP Ocean Week 2024 promoverá um grande chamamento público convidando instituições, empresas, ONGs, governos locais e grupos comunitários para participarem do Movimento Pororoca, que, entre 13 e 21 de setembro, destacará atividades pela sustentabilidade do oceano em uma ação batizada de Virada da Maré. Ao final da campanha, que tem inscrições abertas até 6 de setembro por meio deste link, os participantes receberão um certificado. No dia 21, o encerramento das ações do Movimento Pororoca coincidirá com a celebração do Dia Mundial de Limpeza de Praias, Rios e Lagoas, comemorado no terceiro sábado de setembro. Com ações educativas de visitação monitorada, a SP Ocean Week 2024 também receberá grupos de alunos e professores de escolas públicas e privadas. Acesse o link de inscrição

 

“O Movimento Pororoca é uma iniciativa que nós estamos tomando para incentivar as pessoas em todo o país a fazer, a partir da semana que antecede a SP Ocean Week,

ações em defesa do oceano, como a limpeza de praias ou a promoção de seminários, rodas de conversa e contação de histórias. Abrimos um canal para receber vídeos dessas ações e vamos divulgar todo o conteúdo recebido durante os cinco dias do festival. Nossa expectativa é mobilizar pelo menos 100 mil pessoas no país inteiro. Esse é um primeiro passo que estamos dando para expandir o alcance da SP Ocean Week. Queremos que o festival, que já é o maior evento de cultura oceânica da América Latina, tenha cada vez mais impacto nacional, mobilizando pessoas e fomentando ações em todas as regiões do Brasil”, explica Nastari.

 

O festival ainda promoverá a exposição de maquetes Barcos do Brasil. Idealizada em 2005 pelo navegador Amyr Klink e o arquiteto Dalmo Vieira Filho, a coleção que deu origem à exposição foi desenvolvida pelo Museu Nacional do Mar de São Francisco do Sul, SC, com a produção de uma série de réplicas de embarcações que exaltam a rica engenhosidade e o repertório de soluções e técnicas ancestrais do saber tradicional das populações litorâneas do Brasil – jangadeiros, caiçaras e açoreanos.

 

De 18 a 20 de setembro, a mostra Cinema Comentado exibirá uma seleção dos melhores documentários brasileiros sobre o oceano com a participação de seus realizadores e de especialistas de diversas áreas – biologia, oceanografia, antropologia e ciências sociais – que irão aprofundar a compreensão dos temas abordados.

 

O festival também contará com atrações ao ar livre na Praça da Sombra do Memorial da América Latina, como a Barraca do Peixe, uma área dedicada ao consumo responsável de pescados, que terá como foco a valorização das espécies nativas e as boas práticas de pesca. A bordo do ônibus Guardião da Costa, o ‘navio sobre rodas’ da Sea Shepherd Brasil, o público conhecerá as iniciativas do Projeto Ondas Limpas, uma pesquisa inédita no país com o objetivo de estudar o perfil do lixo marinho pela costa brasileira e compreender o real impacto dos resíduos e influenciar políticas públicas urgentes de inibição de produção, uso e destinação de resíduos plásticos no país. O espaço exibirá ainda uma van do Monitoramento Mirim Costeiro – MMC, projeto pioneiro criado em Ubatuba (SP) que fomenta a cidadania oceânica de forma prática, científica e transversal, transformando alunos e professores em Guardiões do Oceano a partir de pesquisas realizadas nas praias do seu município.


Origens do festival

A gênese da SP Ocean Week remete a 2009, com o encontro entre dois apaixonados pelos encantos e desafios do mar: um experiente jornalista especializado no tema, Alfredo Nastari, que então editava a revista Scientific American Brasil, e um renomado biólogo, Alexander Turra, fonte de Nastari e professor titular do Instituto Oceanográfico da USP (IO-USP). Em uma ação conjunta do projeto MídiaMar Comunicação, capitaneado por Nastari, e a Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano, coordenada por Turra e vinculada à Universidade de São Paulo (USP), por meio de seus institutos Oceanográfico (IO-USP) e de Estudos Avançados (IEA-USP), em 2019 foi concretizada a ideia de realizar anualmente, em São Paulo, a Marina Week. Em 2023, em sua quarta edição, o evento foi rebatizado de SP Ocean Week.

 

Além de ser totalmente gratuito, tanto para expositores quanto para o público, o festival foi concebido de forma a celebrar a diversidade, com uma programação eclética e inclusiva para possibilitar o encontro de oceanófilos e oceanófilas e para celebrar a cultura que permeia o mar e a vida em harmonia com a natureza.

 

Na SP Ocean Week 2023 mais de 6 mil pessoas visitaram o evento, sendo cerca de 3,7 mil estudantes do ensino fundamental e médio. Como uma ação paralela do evento, a campanha Venha para a Década do Oceano, coproduzida com a TV Cultura e exibida em sua programação, veiculou programetes de 1’30” voltados para disseminar o conhecimento dos habitats marinhos do Brasil e convidar o público para conferir a programação do festival, atingindo um público de cerca de 3,5 milhões de espectadores.