O Conjunto Arquitetônico da Pampulha está a um passo de se tornar Patrimônio Cultural da Humanidade. A decisão, dada como certa por especialistas, cabe à UNESCO, em votação que acontece em julho, na Turquia

 

De Belo Horizonte para o mundo. O Conjunto Arquitetônico da Pampulha pode se tornar Patrimônio Cultural da Humanidade muito em breve. O dossiê da candidatura do complexo, entregue pela Prefeitura de Belo Horizonte à UNESCO, obteve um parecer favorável da entidade que fará a última análise do processo no dia 20 de julho, em Istambul, na Turquia. O conselho, que dá o veredito, é composto por 21 membros, representantes de países ligados à Organização e nenhum deles é brasileiro.

A notícia é de extrema importância para a capital mineira pois, se o tombamento se concretizar, Belo Horizonte terá uma grande visibilidade mundial, atraindo mais turistas para a cidade, além de figurar, positivamente, o cenário arquitetônico, como ressalta o diretor da Horizontes Arquitetura e Urbanismo, o arquiteto Marcelo Santiago Palhares: “Esta notícia deve ser recebida com orgulho pelos belorizontinos. Entre os arquitetos, o conjunto da Pampulha já é considerada uma das obras mais importantes da arquitetura no século XX, pois revolucionou a arquitetura e inspira, até hoje, profissionais do mundo inteiro. Para a cidade de Belo Horizonte, este título traz uma visibilidade mundial, incentivando o turismo arquitetônico e colocando a cidade numa rota turística que inclui outros grandes patrimônios construídos como Ouro Preto, Centro Histórico de Olinda, Centro Histórico de Salvador, no Brasil, e outros importantes ícones arquitetônicos como as Pirâmides de Gisé, no Egito; Machu Pichu, no Peru; a Sagrada Família, em Barcelona; o Palácio de Versailles, na França, entre outros”, exalta.

À frente da reforma do Museu de Arte da Pampulha, edificação que faz parte deste conjunto arquitetônico, que está sendo feita pela Horizontes Arquitetura e Urbanismo, Marcelo Santiago afirma que o projeto foi rigorosamente avaliado pelos órgãos responsáveis levando em conta, também, os conceitos válidos pela Unesco. “Para validar o título de Patrimônio da Humanidade, a Unesco avalia a importância histórica da edificação, a qualidade de sua preservação e os cuidados para manutenção e preservação. O projeto de restauração foi desenvolvido sob acompanhamento de três órgãos de tombamento, o DIPC, municipal; o IEPHA, estadual e o IPHAN, federal. As principais exigências foram a recuperação dos materiais originais e a mínima interferência na soluções e formas originais”, conta.

De acordo com Marcelo, estão sendo feitas novas instalações técnicas no MAP, que prevê aumentar a durabilidade e preservação do edifício. Ainda, foi elaborado um novo projeto elétrico, substituindo todos os cabos, dentro das normas de segurança atuais e projetadas para suportar equipamentos mais modernos. 

“O projeto de restauração fará uma recuperação completa de todas as janelas, fachadas e materiais nobres de revestimento. Os acréscimos e reformas, feitos ao longo do tempo e que descaracterizam a volumetria planejada por Oscar Niemeyer serão recuperados de acordo com a concepção original. Algumas áreas que hoje não dão acesso ao público, serão liberadas para visitação”, explica Marcelo.