Proposta é preservar a tradição e as receitas originais

A goiabada cascão produzida em Barão de Cocais e em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto e o pastel de angu de Itabirito, cidades que compõe o Circuito do Ouro já foram tombadas pelo patrimônio imaterial dos seus respectivos municípios. Visando promover o turismo, valorizar a cultura gastronômica e agregar valor aos produtos, além de criar experiências para os visitantes e preservar as tradições, Minas Gerais enaltece um de seus maiores patrimônios: a gastronomia. Desde os ingredientes até o método de produção, tudo tem que seguir a risca o modo de fazer para se manter e ser reconhecido como patrimônio. Os pratos ainda contam um pedacinho da história das fazendas e personagens de Minas Gerais.

A Goiabada Cascão é um dos doces mais tradicionais de Minas. Tem a cara do estado. E em Barão de Cocais a iguaria é Patrimônio Imaterial da cidade. Feita com frutas colhidas na região, a polpa é retirada e os pedaços despejados no tacho pré-aquecido na fornalha. São mais de três horas de cozimento para o doce ficar pronto. O jeitinho especial de fazer o doce faz com que os produtores do município pleiteiem, agora, o título junto ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).

Já em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto, a goiabada casacão também já é patrimônio imaterial do município. O modo de fazer o doce está no Livro de saberes e celebrações, registrando oficialmente a iguaria. Lá a tradição de produzir doces já tem mais de dois séculos, começando pela marmelada.

Segundo o Portal de Itabirito, o pastel de angu, Ícone gastronômico de ltabirito, foi criado por volta de 1851, quando na época de Itabira do Campo, Distrito de Ouro Preto. A iguaria foi criada na Fazenda dos Portões. Relata a história, que Dona Ana Joaquina de Lima, esposa do Sr. David, tinha bom relacionamento com as escravas e levou duas delas para dentro de casa, tirando-as da senzala. Uma era conhecida por Philó e a outra, por Maria Conga. Elas foram as primeiras a usarem a sobra de angu principal refeição dos escravos. Na falta de uma complementação de carne, a necessidade e a criatividade das negras as fizeram usar um guisado feito com umbigo de banana, embora em algumas raríssimas ocasiões as escravas, em sua lida na cozinha, escamoteavam pedaços de carne escondendo-os nos roletes de angu e assando-os em rústicos fornos feitos com cupinzeiros.