Delta investiu em quatro companhias aéreas em todo o mundo para ampliar sua rede global
Nos últimos quatro anos, a Delta investiu em quatro companhias aéreas em todo o mundo para ampliar sua rede global: a Virgin Atlantic Airways do Reino Unido, a China Eastern baseada em Xangai, a Aeromexico e a GOL Linhas Aéreas Inteligentes do Brasil.
Essas ações permitiram que a Delta competisse de forma mais eficaz em rotas entre os EUA e os países respectivos dessas transportadoras, proporcionasse mais opções de viagem para os seus clientes compartilhados e investisse em uma melhor experiência geral para o cliente.
Após fortalecer relações com as companhias europeias Virgin, Air France-KLM e Alitalia, a Delta está focando nos mercados com crescimento potencial na América Latina e na Ásia. Apesar das flutuações econômicas em ambas as regiões, a Delta tem visto um crescimento sólido com os seus parceiros e prevê maior rentabilidade no futuro.
As parcerias abrangem desde acordos de codeshare – nos quais as companhias aéreas listam os voos das outras em seu sistema de reservas – a joint ventures em grande escala, que permitem que parceiros definam conjuntamente os preços e horários e compartilhem receitas.
O Delta News Hub (DNH) falou com Joe Esposito, vice-presidente de planejamento de redes para a América e Nicolas Ferri, vice-presidente para América Latina, México e Caribe, para discutir o futuro das parcerias da Delta.
DNH: Onde você vê as maiores oportunidades de crescimento para a Delta e como a companhia aérea planeja capitalizar nelas?
Esposito: Neste momento, o maior crescimento para a empresa tem sido no sistema doméstico. As redes domésticas, de lazer e a América Latina têm produzido os resultados mais fortes. Então, se você olhar para o quarto trimestre da Delta, estaremos crescendo nosso sistema doméstico nos EUA e contratando em nossas aeronaves de fuselagem larga, especialmente no Brasil e na área do Pacífico.
Ferri: A Delta tem investido fortemente em sua capacidade na América Latina e temos feito isso de forma rentável. A região compreende agora de 8% a 9% do total de milhas por assentos disponíveis da empresa. Neste momento, nosso índice de desempenho relativo é o mais alto que tivemos em muitos anos.
Por meio da nossa parceria com a GOL, cobrimos 99% dos pontos de demanda no Brasil. Com a Aeromexico, uma vez que estabelecermos uma joint venture, o que esperamos que será em algum momento em 2016, vamos ter a posição número um em termos de capacidade entre os EUA e o México.
DNH: Como você vê as parcerias com Aeromexico e GOL em relação ao futuro? Como é que os acordos pendentes de Open Skies com o México e o Brasil afetam isso?
Ferri: Hoje, os EUA não têm um acordo Open Skies com o México ou com o Brasil. Com a Aeromexico, estamos confiantes de que o Open Skies será aprovado pelos EUA e pelo México em algum momento no início de 2016, e espera-se uma joint venture para ser colocada em prática logo após o anúncio. Com a GOL temos um cenário ligeiramente diferente, uma vez que não está claro quando o governo brasileiro irá aprovar o acordo. Não estamos esperando por isso, mas sim focando em uma relação comercial aprimorada, que permitiria que a Delta e a GOL oferecessem o maior número de benefícios possível aos nossos clientes mútuos.
Esposito: Com a GOL, queríamos fazer uma parceria com uma operadora que pudesse transportar os nossos clientes para além do hub inicial. Há dezenas de destinos além de São Paulo e Rio e se não tivéssemos a GOL, não seria possível acessar o resto do país. Se queremos ser relevantes no Brasil, precisamos servir mais do que apenas os dois principais destinos.
Ferri: Aqui na Delta, não só temos como foco a experiência do passageiro ao criar um ambiente que é semelhante para os nossos clientes quando eles viajam pela outra companhia, mas investimos uma quantidade significativa de tempo e esforços para garantir que ajudemos nossos parceiros e também deixamos que nossos parceiros nos ajudem. Vemos uma parceria como uma parceria de iguais, não importa quão grande ou pequena a empresa seja.
A Aeromexico e a GOL são as companhias aéreas predominantes em seus respectivos países. Com ambas as companhias, temos valores comuns em todos os níveis, por isso é muito importante deixar a comunicação fluir. O tempo e esforço que dedicamos nos permite compartilhar nossas melhores práticas com eles e fortalecê-los como companhias aéreas no mercado competitivo da América Latina. Nós também tendemos a aprender muitas coisas com eles. Na Delta, embarcamos na "Latinização" ou "Somos Delta", que é um processo de mudança de nossos produtos, nosso serviço, e, honestamente, do nosso DNA, para ter certeza de que servimos o cliente da América Latina e EUA de uma forma mais especial.
DNH: Como a Delta posicionou-se para se proteger contra a economia instável do Brasil?
Ferri: Somos muito rápidos para entender e prever a dinâmica, bem como para mover nossos ativos para onde eles vão gerar o máximo retorno. Os resultados que estamos vendo na América Latina são uma prova para a agilidade que tivemos e assim decidir quais locais servir.
Entendemos que isso é um ciclo econômico no Brasil – provavelmente um ciclo longo – mas isto também passará. Como resultado, reduzimos nossa capacidade lá. Em dezembro, iremos diminuir 20% em uma comparação com o mesmo período do ano passado. Também aumentamos nossos esforços para continuar expandindo e reforçando a nossa cooperação com a GOL. É esta combinação que nos permite continuar a oferecer um excelente serviço ao cliente e fazê-lo de forma lucrativa.
Esposito: Nós realinhamos nossa rede no Brasil. Retiramos a capacidade de Atlanta e Detroit e a realocamos para Orlando. A partir do próximo ano, vamos ter voos sem escalas de Orlando para São Paulo. A razão por trás deste movimento é o fato de que a Flórida é um dos maiores destinos para os brasileiros. Entre a aquisição da segunda casa própria e o lazer oferecido pela Disney World, o estado da Flórida é um grande mercado para a Delta.
DNH: Como a Delta está construindo sua presença da costa oeste dos EUA para a Ásia?
Esposito: Nos últimos dois anos, temos construído nossos hubs em Los Angeles, Seattle e Detroit e vamos continuar a expandir por lá. Entre estas três cidades, somos capazes de capturar a maioria dos passageiros dos EUA que querem ir para a Ásia. Seattle vê a maior quantidade de capacidade da costa oeste para a Ásia, servindo Narita, Xangai, Pequim, Seul e Hong Kong. Neste momento, estamos trabalhando na construção de uma maior presença nacional em nossos hubs para apoiar estes destinos de viagem.