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Moradores da cidade afirmam que muitos locais e construções mais antigas são assombradas, principalmente as que carregam histórias trágicas
Histórias de terror vivem no imaginário de muitos, elas conquistam cada vez mais curiosos, e São Paulo é uma ótima opção de passeio para eles. Moradores da cidade afirmam que muitos locais e construções mais antigas são assombradas, principalmente as que carregam histórias trágicas. E, para curiosos, acabam se transformando em pontos turísticos e uma aula de história.
Um dos lugares é o Cemitério da Consolação, onde a Prefeitura da cidade disponibiliza uma visita guiada aos túmulos de personalidades da literatura, política, música e outros. Além de mostrar muitas esculturas e criptas que contam um pouco da história da arte em São Paulo. Para os aventureiros que decidem ir sozinhos, pode-se baixar um aplicativo no celular, leitor de QR-code, que transfere o usuário para um site com todas as informações sobre a obra, pessoa ou artista.
Existem passeios que mostram outros pontos turísticos cheios de histórias que dão aquele frio na espinha. Um deles é o “Haunted Tour”, onde dentro de um ônibus, enfeitado com teias de aranha, um ator fantasiado a caráter narra as aterrorizantes lendas dos lugares por onde passa. O percurso é feito em duas horas, com muita história da crendice da região.
Para os corajosos que decidirem conhecer os famosos pontos sozinhos, existem alguns lugares de passada obrigatória. Confira algumas dessas histórias sinistras do Centro de São Paulo.
Capela dos Aflitos e Capela dos Enforcados
Localizadas no bairro Liberdade, as duas contam histórias de tempos antigos. Começando pela Capela dos Aflitos, que fica localizada na Rua Beco dos Aflitos. Antes era um cemitério, mas com o tempo não havia mais espaço para novos túmulos, então o terreno foi dividido e hoje existem casas construídas no lugar.
As duas capelas tem uma relação muito próxima, já que a Praça da Liberdade era o lugar onde enforcavam os escravos e condenados. Um episódio muito famoso é o enforcamento de Francisco José das Chagas (Chaguinhas), conhecido como injustiçado, o homem é tido até hoje como milagroso. E a capela que atende as preces de seus seguidores é a Capela dos Enforcados. Contudo, as histórias que mais se contam sobre o lugar é de assombrações de almas que vagueiam até hoje em busca de justiça e paz.
Edifício Joelma
Dizem que a maldição do Joelma começou com a morte de três mulheres em 1948, a mãe e as duas imãs de um professor de química da USP, que foi acusado pelo crime. Enquanto a polícia retirava os corpos do poço recém-construído na casa, o professor se suicidou no banheiro. Além dessas quatro mortes, um dos policiais que estava lidando com os corpos, morreu de infecção cadavérica.
Entretanto a história mais conhecida do prédio é do incêndio de 1972, com 191 mortes, as almas continuam pedindo por ajuda nos 25 andares. Os elevadores trabalharam muito durante o ocorrido, salvando muitas pessoas, mas também fizeram 13 vítimas, conhecidas como “As Treze Almas”, pois a polícia não conseguiu identificar os corpos. Conta-se que no lugar onde foram enterradas, ouviam-se pedidos de socorro e gemidos de dor e sofrimento, então sabendo da causa das mortes, alguém jogou água nos túmulos e os barulhos cessaram. A partir desse dia é costume dos visitantes deixar copos com água para aliviar o sofrimento das vítimas.
Edifício Martinelli
Vários relatos de aparições rondam o Martinelli que, em meados dos anos 1930, foi o prédio mais alto da América Latina. As histórias começam por 1950, quando o prédio entrou em decadência e acabou se tornando um cortiço, onde muitas pessoas ocuparam sem registro os apartamentos. Com tanta gente morando no lugar, ninguém sabia quem andava pelo prédio, e vários assassinatos começaram acontecer. Os mais conhecidos são os de Neide Rosa de Souza, Davilson Gelisek e Rosa dos Santos. Além de crimes, o lugar também ficou marcado por vários suicídios de pessoas que se jogavam dos andares mais altos. Com tantas mortes, os frequentadores do prédio reúnem diversas histórias de fantasmas, como a da mulher loira sem rosto que vaga pelo local.
Vale do Anhangabaú
A lenda começou muito antes da chegada dos portugueses ao Brasil, o Vale ganhou o nome de “Anhangaba-y”, traduzindo do Tupi significa “rio do malefício” ou “rio do diabo”. Ganhou esse nome pois morreram muitos índios no local, os pagés na época proibiram a aldeia de beber ou nadar na água do rio, pois acabavam doentes depois. E ainda contavam que um demônio, protetor da natureza, morava no local.
Com a chegada dos bandeirantes, os índios que viviam ali foram escravizados e muitos morreram tentando se libertar. Tempos depois foi construído o “Viaduto do Chá”, e várias pessoas se suicidaram nele. As histórias de assombrações rondam o lugar e seus visitantes por anos e anos.
Castelinho da rua Apa
O Castelinho da rua Apa foi palco de outro crime histórico, onde dois irmãos se mataram a tiros e acabaram acertando a mãe durante a briga. A polícia da época culpou um dos irmãos pelo ocorrido, mas até hoje existem detalhes na história que não foram esclarecidos, como por exemplo, um dos irmãos ter levado dois tiros. Desde então todos que resolvem morar ou passar a noite no lugar escutam barulhos de passos nas escadas, portas se abrindo ou fechando, e encontram torneiras abertas pela manhã.
Casa da Dona Yayá
Sebastiana de Melo Freire, apelidada de Dona Yayá, foi membro de uma das mais importantes famílias de São Paulo. Conta-se que sua família foi amaldiçoada, pois aos poucos faleceram, um a um, de mortes estranhas e às vezes inesperadas. Sendo a única herdeira da família, a moça acabou sendo diagnosticada com uma doença mental. Para sua recuperação, ela foi presa em sua casa, adaptada para tal, mas sofreu o resto de sua vida.
A casa foi incorporada ao patrimônio da USP (Universidade de São Paulo), em 1969, depois de reformado está aberto para visitação e abriga o Centro de Preservação Cultural da USP. As visitas mais conhecidas são os gritos e gemidos da antiga dona, e vultos que insistem em frequentar o local.