O balão que caiu ontem (12) pela manhã em uma das arenas dos jogos Paralímpicos, no Rio de Janeiro, causou um principio de incêndio e atrasou as competições de esgrima. Segundo a Abear, no entanto, o artefato é tão perigoso em terra quanto no ar. Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) mostram que, de janeiro até agora, foram realizadas 372 notificações sobre avistamentos de balões próximos a aeronaves e aeroportos. Um número 44% maior, se comparado ao mesmo período do ano passado, com 258 notificações.
Segundo o diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR, Ronaldo Jenkins, os relatos são feitos por tripulantes, controladores de trafego aéreo e por funcionários dos aeroportos. “Esse tipo de situação pode exigir do piloto manobras não previstas, como um desvio para evitar o impacto, pousos de precaução e arremetidas”, disse o especialista.
Jenkins alerta que o impacto de um artefato contra uma aeronave pode danificar sua fuselagem, turbinas, ou hélices e atrapalhar o funcionamento dos equipamentos de orientação. Em situações menos críticas, quando são feitas manobras evasivas, pode haver atraso de voo e desconforto aos passageiros. Em casos mais agudos, quando não se consegue evitar o balão, o choque pode obrigar a interrupção do voo e resultar em um pouso antecipado. Quando uma balão cai na pista, ou apenas se aproxima de um aeroporto, como já aconteceu nos movimentados Congonhas (SP) e Guarulhos (SP), pode ocasionar o fechamento do terminal e impactar a malha aérea nacional, afetando horários de voos em outras localidades.