Após 30 anos, Brasil volta a utilizar modalidade na pulverização
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) realizou, na última sexta-feira, 29/01, auditoria de certificação para autorizar a volta da utilização de helicópteros na pulverização das lavouras brasileiras. Modalidade desativada há mais de 30 anos no país promete voltar como opção para agricultores que pretendem investir em pulverizações mais precisas em locais de difícil acesso.
Durante a auditoria para a certificação da primeira empresa que oferecerá o serviço, foram verificados todos os requisitos previstos no Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC n° 137), tais como documentações, registros e relatórios afetos às operações aeroagrícolas, além da verificação do funcionamento do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO), bem como do Programa de Treinamento de Tripulantes.
Também foi realizado voo de demonstração com piloto habilitado, no helicóptero certificado para a pulverização agrícola. Segundo o Inspetor de Aviação Civil da ANAC, Fladnny Gaia, a finalidade do voo de demonstração é comprovar o desempenho real das atividades aeroagrícolas.
“A certificação desse tipo de atividade é muito importante não só para o desenvolvimento do uso de helicópteros na agricultura como para a garantia de segurança das operações”, afirma Gaia.
O certificado para que a primeira empresa brasileira comece a utilizar helicópteros na aviação agrícola será emitido após finalização do relatório da auditoria, e após o cumprimento de ajustes apontados pela ANAC à empresa.
Apesar de ser uma modalidade muito utilizada em outros países, como nos EUA, que usa cerca de 13% de helicópteros na pulverização de aproximadamente 71 milhões de acres plantados, segundo a National Agricultural Aviation Association (NAAA), o Brasil abandonou a prática há mais de 30 anos por questões de custos e viabilidades técnicas para aprimorar o serviço.
Segundo o diretor executivo da Climb Aircraft Division — empresa em processo de certificação para operar helicópteros agrícolas, Ramiro Leal, o retorno do helicóptero agrícola no Brasil se deve a necessidade de aplicações mais rápidas e precisas, ou seja, sem deriva, aliada a efetividade do controle de praga e do custo final melhor para o produtor.
Para dar continuidade ao fomento e a viabilidade desse novo serviço, a empresa está em processo de autorização de funcionamento junto à ANAC para oferecer cursos teóricos e práticos para a formação de Pilotos de Helicópteros Agrícolas (PAGH). Além da preocupação com a formação adequada desses profissionais, a empresa também já foi certificada pela ANAC como centro de manutenção de helicópteros modelos Robinson com a especialização agrícola.
Importante
O interessado em atuar na aviação agrícola deve seguir, além das exigências previstas nos regulamentos da ANAC (RBAC n° 61, 67, 137, entre outros), as normas dispostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que tratam de diversos requisitos para atuar na área da agricultura e na pulverização de lavouras.
