Debate sobre o tema aconteceu durante o Encontro Novos Desafios do Turismo no Rio, realizado pelo movimento Rio Como Destino
Hoje o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim é o segundo maior em movimentação internacional; quarto em movimentação nacional e terceiro em carga. Serve a 50 destinos em 20 países. O desafio é ao final da concessão receber até 80 milhões de paxs, assim como Beijing, na China.
A questão aeroportuária no Brasil está ligada não só à qualidade e infraestrutura dos aeroportos como aos esforços das companhias aéreas - quanto mais voos internacionais chegam ao Rio, mais rotas teremos e, consequentemente, mais movimentação no trade. O Rio vai contar com o aeroporto do Galeão pronto, renovado.
Um dos principais aspectos para incremento do turismo no Rio é a burocracia para a vinda dos estrangeiros ao país. A dificuldade de vistos, principalmente para negócios. Hoje, as empresas acabam trocando Brasil pela Argentina, por exemplo. As questões de reciprocidade são importantes, mas não podemos dificultar tanto com países maiores, como EUA e Japão. Muitos países emitem vistos online. Como não oferecemos facilidade, isso resulta em uma grande dificuldade para trazer turistas para o Rio.
Temos muito tráfego indo para outros aeroportos internacionais no país. Por isso, é preciso buscar lá fora esses turistas. Em 2014, 68 milhões de americanos viajaram, mas só 500 mil vieram para o Brasil.
Delmo Pinho, subsecretário do Estado de Transportes do Rio de Janeir, define o Galeão como único aeroporto planejado para ser um hub. Foi escolhido pela localização, por ser o melhor sítio aeroportuário do país. “A importância do Galeão para a economia do Rio é estratégica. E hoje temos uma concorrência com o Santos Dumont, que opera com 10 milhões de passageiros/ano. O que acontece também com Confins e o aeroporto de Brasília.Temos que pensar na partição do tráfego aéreo. Temos que saber onde pretendemos chegar e o que fazer. São dois aeroportos concorrendo na cidade e a malha atual não é tão grande assim”, revela.
Para Dilson Verçosa, da American Airlines, a partir do momento em que quebramos a grade dos voos, estamos alterando a demanda e, consequentemente reduzindo os voos. Há 12 anos a concentração do tráfego aéreo estava no Rio, hoje os passageiros voltam à SP. Precisamos voltar com essa demanda para o Rio. E uma das condições para isso é o subsídio público. “Para o hub no Galeão funcionar bem, precisamos ter condições de chegar ao destino, ter vias públicas que facilitem o transporte até o aeroporto. E quando fazemos comparações entre os aeroportos, não falamos apenas de SP com Guarulhos. Temos Confins, Brasília. E nessa competição, trata-se de um competição de destino”.
“ O Galeão não está só pronto para receber o turismo. Ele está pronto para movimentar o turismo, trazer mais gente direto para o Rio”, diz Marcello Varella, diretor de desenvolvimento estratégico do Rio Galeão.