Entusiasta de pinturas ao ar livre, Claude Monet (1840-1926) uniu cores e expressões. Parte da jornada artística deste mestre do tempo foi impressa em Monet à beira d’água, exposição multimídia que chega à Lona Cultural Municipal Herbert Vianna, na Maré, depois de estrear uma curta temporada carioca no Boulevard Olímpico. Nesta sexta-feira (10/6), o público terá a chance de conferir as projeções de 285 obras do pintor impressionista francês, com direito a trilha sonora. A maior mostra imersiva feita sobre o artista no mundo será às 8h, 10h e 13h para alunos de escolas da região e às 15h com demanda livre.

A exposição guia o visitante a uma viagem através das paisagens pintadas nas margens de rios, mares e lago. Uma experiência original e inédita, composta por imagens animadas e projetadas em painéis de 7,5 m de altura, num espaço de 2.000m², acompanhada de sistema de som tridimensional em alta definição, animações, efeitos visuais, sonoros e especiais. Em destaque, as séries da  Estação Saint-Lazare (1877), da Catedral de Rouen (1893), do Lago das Ninfeias (1895-1926), do Palácio de Westminster (1904) e do Grand Canal  de Veneza (1908).

Nascido em Paris (nas margens do Rio Sena) e criado no porto de Le Havre (nas margens do Canal da Mancha), Monet dedicou sua vida e sua arte às viagens para pintar paisagens, luzes e cursos d´água. Foi à beira d´água que o artista criou o quadro que deu nome ao Impressionismo. Impressão, sol nascente (1874) foi pintado na aurora do porto de Le Havre e duramente criticado por ser um rascunho, apenas uma impressão da paisagem. Mas foi essa primeira impressão que batizou, com água e luz, uma das tendências mais importantes da arte moderna.

Centro de arte na Maré

Criada em 2005 em um dos maiores complexos de favelas do Rio, a Maré, o espaço da Secretaria Municipal de Cultura teve na sua inauguração um show de Herbert Vianna, acompanhado da banda Paralamas do Sucesso. O cantor foi eleito pelos moradores da Maré o patrono do novo equipamento, que funciona como centro de arte, oferecendo espaço para espetáculos artísticos, cursos, oficinas e palestras. Na Lona Cultural Municipal Herbert Vianna também funciona a Biblioteca Popular Municipal Jorge Amado.

 

Serviço

Lona Cultural Municipal Herbert Vianna: Rua Evanildo Alves s/nº, Maré – 3111-2011. Dia 10/6, às 8h/10h/13h/15h. As três primeiras sessões são para escolas da região e a última por demanda livre. Grátis. Livre.

 

A Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, inaugurou nesta segunda-feira (06/06) a exposição “Que baleia é essa?”, que terá como atração um esqueleto de baleia-cachalote (Physeter macrocephalus). A mostra, uma parceria com o Governo da Alemanha, o FUNBIO e a Prefeitura do Rio de Janeiro, está sendo lançada no dia do aniversário de 204 Anos do Museu Nacional/UFRJ. Com entrada gratuita, poderá ser visitada nos próximos dois anos.

Logo na chegada ao foyer da sala de concertos, os visitantes vão se deparar com o grande esqueleto de uma baleia-cachalote. Ele é de animal adulto, do sexo masculino, medindo cerca de 15,7 metros, que encalhou na Praia de Curimãs, município de Barroquinha, no Ceará, em janeiro de 2014. A montagem da exposição foi financiada pelo governo da Alemanha com o apoio do Projeto Ilhas do Rio e do FUNBIO – Projeto de Apoio à Pesquisa Marinha e Pesqueira é uma medida compensatória estabelecida pelo Termo de Ajustamento de Conduta de responsabilidade da empresa PetroRio, conduzido pelo Ministério Público Federal – MPF/RJ.

– A chegada da baleia-cachalote permite que o Museu Nacional/UFRJ explore temas e desenvolva inúmeras pesquisas relacionadas à biodiversidade. O esqueleto doado à instituição tem uma importância ainda maior pela forma como chegou até nós, como mais uma conquista da campanha #Recompõe, lançada em 2021, e voltada para a recomposição do acervo expositivo do Museu Nacional/UFRJ. O objetivo segue sendo o de sensibilizar museus, instituições de pesquisa, diferentes coletividades representativas da nossa sociedade e colecionadores de todo o mundo a doarem peças originais – explica Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional/UFRJ.

A exposição

O esqueleto da baleia-cachalote será apresentado em uma base de ferro com altura de 1,5 m. A exposição contará também com duas vitrines próximas à base do esqueleto, com os dentes da baleia, o ouvido interno e um modelo tátil de baleia-cachalote em vida, para permitir que o contato com peça, primando pelos recursos de acessibilidade. O projeto de iluminação, inspirado na cor azul, foi pensado no sentido de valorizar visualmente o esqueleto e estará acompanhado de efeito visual remetendo aos oceanos. Além disso, totens apresentarão informações relacionadas ao esqueleto e a essa espécie, imagens de cetáceos do Rio de Janeiro, um vídeo contando a história dessa baleia, fichas técnicas e informações institucionais.

– Exposições temporárias dessa magnitude darão aos visitantes uma experiência visual de alto impacto, enquanto esperamos a reforma completa do Museu Nacional/UFRJ. Conseguir montar, na Cidade das Artes, um esqueleto de cachalote, com 15 metros de extensão, é um ativo inédito para os frequentadores de nossa instituição, mais acostumados a eventos artísticos. É puro poder de encantamento, ensinamento, representação ambiental e, sobretudo, uma viagem ao incrível mundo animal. Inaugurar a exposição “Que baleia é essa?” na semana do Meio Ambiente e Aniversário do Museu Nacional é motivo de orgulho e devolução à sociedade do fascínio que esse gigante exemplar de mamífero causará em nossos frequentadores. Sejam todos bem-vindos – destaca Claudio Versiani, presidente da Cidade das Artes.

A exposição permite que os visitantes tenham a oportunidade de conhecer detalhes sobre a espécie, como curiosidades, ecologia e evolução. E também dados sobre o encalhe, a preparação do esqueleto para a mostra, e informações sobre os cetáceos do Rio de Janeiro, sendo essa última parte realizada em parceria com o Projeto Ilhas do Rio.

– Alegria e entusiasmo é o que sentimos por poder acompanhar a retomada do Museu Nacional/UFRJ, que apoiamos financeiramente com 1 milhão de euros desde 2018 para as obras de restauração e reabertura em 2027. Com a contribuição financeira do governo alemão de 24 mil euros (aproximadamente 143 mil reais), foi possível fazer a montagem e a preparação dessa imponente baleia, exposta na Cidade das Artes, de forma acessível ao público – ressalta o cônsul-geral da Alemanha no Rio de Janeiro, Dirk Augustin.

Além da mostra, a Fundação Cidade das Artes abrirá o Teatro de Câmara, para receber a peça interativa “A Batalha da Natureza”, realizada pelo Instituto Mar Adentro. Duas sessões diárias às terças e quintas-feiras serão oferecidas aos estudantes do Ensino Fundamental, através das visitas escolares. Já o grande público poderá curtir o espetáculo nos dias 05, 12 e 19 de junho às 16h, com a retirada de ingressos uma hora antes do espetáculo, no local.

– É uma alegria, a nossa população ter contato com esta peça emblemática que estará futuramente nos circuitos expositivos do Museu Nacional/UFRJ. Mais uma vez podemos mostrar que o Museu Nacional Vive e é devido ao trabalho incansável do seu corpo social e dos parceiros que devolveremos o Museu à sociedade brasileira – comenta a reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Profª Denise Pires de Carvalho.

Baleia cachalote

A baleia-cachalote, ou chacharréu, é o maior cetáceo com dentes e o maior animal com dentes do planeta, chegando a medir 20 metros. A enorme cabeça e as características únicas tornaram a cachalote o arquétipo de “baleia”. Uma feição que foi bastante explorada no romance Moby Dick, do escritor norte-americano Herman Melville, que imortalizou a cachalote na literatura e no cinema, e levou o animal para o imaginário popular.

A baleia-cachalote se alimenta de lulas-gigantes, lulas, polvos, peixes, raias e tubarões. A capacidade de mergulho é uma das características mais marcantes dessa espécie – os indivíduos podem mergulhar a três mil metros de profundidade e ficar submersos por até 90 minutos.

– O trabalho e as coleções do Museu Nacional/UFRJ aproximam a ciência e o conhecimento de públicos que passam então a ter uma nova e importante conexão com o meio ambiente. Esses encontros imprimem memórias para a vida. Para o FUNBIO, apoiar a recomposição da coleção marinha do Museu por meio do projeto Pesquisa Marinha e Pesqueira, apoiado pelo TAC Frade, é uma oportunidade única de contribuir para a conservação do futuro – destaca Rosa Lemos de Sá, secretária-geral do FUNBIO.

 

Por: Cleo Guimarães 

A La Putaria, loja de crepes em formato de pênis e vaginas com filiais no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro, e em Belo Horizonte, vai recorrer da decisão do Ministério da Justiça que determinou, na última quarta-feira (1), a remoção dos letreiros de suas filiais.

"Isso é uma ação orquestrada de censura em um ano eleitoral", diz a advogada da creperia, Deborah Sztajnberg -a mesma que defendeu Paulo Cesar de Araújo, autor da biografia não-autorizada de Roberto Carlos, no processo movido contra ele pelo cantor. "Não há nenhum fundamento jurídico para envolver as esferas municipais, estaduais e federais neste caso. Chega a ser ridículo", afirma Sztajnberg.

Além do nome da empresa, as fachadas exibem a ilustração de um órgão genital masculino estilizado, entrelaçado a um coração. A determinação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) do mesmo dia e inclui também a proibição da exposição dos produtos em vitrines "de fácil visualização" pelos consumidores e a venda dos doces a menores de idade -o que a empresa afirma jamais ter feito.

"A loja é pequena e propositalmente comprida, para que os doces fiquem no fundo. Sua própria arquitetura não permite que eles sejam exibidos para o lado externo", assegura Sztajnberg. "Óbvio que ninguém em sã consciência exporia os produtos para menores", diz a advogada.

A decisão do Ministério da Justiça é direcionada também para outras lojas que vendem crepes, waffles e doces "com conteúdos pornográficos": a Ki Putaria, em Salvador; Assanhadxs Erotic Food, em São Paulo e La Pirokita, no Paraná. Com matriz em Portugal, a La Putaria é a pioneira no ramo dos crepes em forma de órgãos genitais no país.

No relatório do Ministério da Justiça, os doces comercializados pela creperia são classificados como "pornografia gratuita camuflada de guloseimas (...), réplicas perfeitas de órgãos sexuais melados com caldas que, por suas cores, buscam reproduzir o ato do orgasmo". A argumentação da Justiça, para a advogada da rede, é "ridícula e censória".

A medida publicada no Diário Oficial da União é assinada pela diretora substituta Laura Tirelli, da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

O órgão é chefiado por Rodrigo Rocca, advogado de Flávio Bolsonaro no caso das Rachadinhas. Ele assumiu o posto em março deste ano. Procurado pela Folha de S.Paulo, Rocca não quis se pronunciar. "Não vamos comentar nosso trabalho", respondeu, por mensagem de texto.

Presidente da Associação dos Moradores e Amigos de Ipanema, Carlos Monjardim, foi quem entrou em contato com Rocca para, segundo ele, pedir "um estudo" sobre a fachada.

O presidente da associação de moradores, que a princípio não se opunha à loja, disse que mudou de ideia ao perceber a indignação dos moradores do bairro. "Venho sendo parado na rua por pessoas mais conservadoras, que exigiram que eu tomasse alguma providência".

Por: Marcelo Toledo

A estação tem seus problemas de conservação, mas os maiores obstáculos estão no entorno dela. A estação Agachi, em Miranda, está no meio do pantanal sul-matogrossense, que sofreu uma tragédia ambiental nos últimos anos.

Um dos pontos de embarque e desembarque de passageiros que utilizavam a rota entre Bauru (SP) e Corumbá (MS), que ficou conhecida como Trem da Morte, a Agachi é uma estação inaugurada em 1929 e atendeu passageiros da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil até a década de 1990, período em que a ferrovia foi concedida à iniciativa privada.

Localizada na zona rural de Miranda, a estação está cercada com arames farpados e hoje fica numa propriedade particular, segundo relatos de moradores.

Miranda é uma das cidades que integram o pantanal brasileiro, que ainda sofre com os danos das queimadas registradas ainda em 2020.

Na maior planície alagável do planeta, as marcas dos estragos são visíveis, assim como a prolongada seca que atingiu a parte sul-matogrossense do bioma.

A estação com tijolos aparentes não tem portas ou janelas, mas a cerca a tem protegido de danos mais graves desde a interrupção no transporte de passageiros, no início da década de 1990.

A inscrição NOB, alusiva à Noroeste do Brasil, segue lá, assim como a placa indicando a altitude (185 m) e a localização (km 1.104+600m). A plataforma de embarque, coberta com telhas de zinco, está conservada.

A estação tem ainda uma casa vizinha na mesma área, também protegida pela cerca de arame farpado.

Em comparação a outras estações, a Agachi é pequena, com duas portas maiores e outras duas menores, além de três janelas de onde se observa a plataforma de embarque.

TENTATIVA DE RETORNO

Depois que o trem deixou de operar oficialmente, houve uma iniciativa para a retomada do transporte de passageiros nos anos 2000, de forma turística, num trecho entre Campo Grande e a cidade, passando por Aquidauana, mas ele durou pouco.

Ideal para quem gostava de passeios contemplativos ou de aprender sobre a fauna e a flora, o trem era chamado pelos usuários de Trem do Pantanal ou Pantanal Express.

Havia previsão de que a rota fosse ampliada até Corumbá, mas isso nunca ocorreu.

Ainda hoje há defensores da retomada desse roteiro, o que poderia beneficiar o turismo sul-matogrossense ao permitir que os visitantes conheçam o pantanal de outra forma.

A Noroeste do Brasil, entre Bauru e Corumbá (MS), com 1.272 quilômetros, herdou o nome do Trem da Morte original, que liga Puerto Quijarro a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.

A rota boliviana ganhou o nome devido ao grande número de acidentes e por ter sido, no passado, usada para o transporte de doentes.

Com o tempo, a "extensão" brasileira, já que Corumbá é vizinha a Puerto Quijarro, ganhou a mesma denominação, graças à desaceleração gradual de investimentos na estrada de ferro.

A Noroeste do Brasil passou a fazer parte da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.) em 1957, onde ficou até a concessão à Novoeste na década de 90.

Da empresa, em parceria com a Ferroban e a Ferronorte surgiu a Brasil Ferrovias, que depois passou a ser Nova Novoeste, até ser incorporada à ALL (América Latina Logística).

Esta, por sua vez, foi absorvida pela Rumo Logística, atual detentora da concessão da ferrovia, mas o contrato inclui apenas algumas estações -não é o caso da estação Agachi.

Das 122 estações erguidas entre Bauru e Corumbá, ao menos 80 foram demolidas ou estão em processo avançado de deterioração, abandonadas ou fechadas, sem uso algum. A maior parte delas está sob responsabilidade do governo federal.

Por: Phillippe Watanabe

O brasileiro Victor Correa Hespanha, 28, tornou-se, na manhã deste sábado (4), o segundo brasileiro a ir ao espaço. O engenheiro mineiro fez parte da missão NS-21, da Blue Origin, empresa do bilionário Jeff Bezos.

Antes de Hespanha, o único brasileiro a ir ao espaço foi Marcos Pontes, astronauta que ocupou o cargo de ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações de 2019 a 2022. Pontes, a trabalho pela Agência Espacial Brasileira, partiu da Terra em 30 de março de 2006 e ficou no espaço por dez dias -oito deles na Estação Espacial Internacional.

Pouco tempo antes da decolagem, realizada de West Texas (EUA), o brasileiro e os outros participantes da NS-21 tiveram uma surpresa. Na cabine de comando, estava o astronauta Charles Duke, um dos homens a pisar na Lua durante as missões Apollo, da Nasa.

"Parabéns por esse voo. Sei que vocês terão uma experiência excitante, assim como eu tive há 50 anos", afirmou Duke aos participantes da NS-21.

Em um vídeo exibido antes da decolagem, o brasileiro disse que olhava para estrelas e sonhava em ser um astronauta. "Eu represento esse sonho para mais de 200 milhões de brasileiros", afirmou ele, que levou ao espaço uma bandeira do Brasil.

O voo estava programado, originalmente, para o dia 20 de maio, mas acabou adiado por questões técnicas. Neste sábado, após um pequeno atraso, a missão decolou às 10h26, pelo horário de Brasília.

Quando a viagem completava quase três minutos, a cápsula se separou do foguete e os membros da missão experimentaram a sensação de microgravidade. De dentro da cabine, era possível ouvir os gritos de comemoração dos passageiros.

Com pouco mais de sete minutos de missão, o foguete já estava de volta à Terra, pousando com sucesso e com possibilidade de ser, mais uma vez, reutilizado.

A cápsula voltou em seguida. Com cerca de oito minutos de missão, os paraquedas já estavam abertos para trazer os astronautas em segurança de volta à Terra. Com dez minutos e cinco segundos, Hespanha e os outros tripulantes, tocaram o chão novamente.

Somente às 10h47 os participantes do voo saíram da cápsula, com a ajuda de equipes da Blue Origin. Em seguida, começaram a tirar fotos em frente à cápsula.

A viagem ao espaço -histórica e breve- de Hespanha ocorreu graças a um sorteio conduzido entre investidores da empresa Crypto Space Agency, que adquiriu a passagem. O valor do bilhete não foi divulgado (leia mais sobre custos nesta página).

A companhia comercializa NFTs (sigla para Non-Fungible Tokens), algo como uma propriedade única que só existe no mundo virtual. Ao comprar um NFT, o brasileiro acabou sorteado.

Hespanha fez parte de mais um voo de turismo espacial, atividade que se tornou uma realidade -cara- graças ao desenvolvimento de foguetes reutilizáveis.

Além do lugar de Hespanha, outro assento no veículo New Shepard foi destinado a um passageiro que não bancou seu próprio voo: a engenheira Katya Echazarreta. Esse lugar foi adquirido pela ONG Space for Humanity, que levou ao espaço a engenheira que já trabalhou em missões da Nasa e se tornou a primeira mulher nascida no México a deixar a Terra.

A tripulação da nave contou ainda com o engenheiro e investidor Evan Dick (em seu segundo passeio de New Shepard, depois de ter voado na NS-19, em dezembro de 2021), o empresário de aviação e piloto Hamish Harding, o empreendedor imobiliário Jaison Robinson e o investidor Victor Vescovo.

A Blue Origin, assim como a Virgin Galactic, faz voos suborbitais, que, basicamente, levam as pessoas para um pouquinho fora da atmosfera terrestre –a ponto de experimentarem a microgravidade e verem a Terra. Após a cápsula onde estão os astronautas atingir o ponto máximo, ela começa a descer na viagem de volta ao solo, que é amortecida por um conjunto de paraquedas.

Além dessas duas empresas, a SpaceX também já fez um mais complexo e histórico voo de turismo espacial, realizando o feito de colocar em órbita da Terra a primeira missão composta somente por civis, a Inspiration4.

Por: Ana Bottallo

Os fãs de "Jurassic Park" finalmente poderão ter um local para passar um dia como o famoso paleontólogo Alan Grant -personagem de Sam Neill no filme- enquanto andam em um parque cheio de dinossauros e tentam sair vivos dali. E o melhor, a cerca de uma hora da zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

Trata-se da nova atração no município de Miguel Pereira (a 125 km da capital), a Terra dos Dinos, que promete ser o maior parque de dinossauros do mundo. A inauguração está prevista para o segundo semestre deste ano.

Em uma área reflorestada de 1,4 milhão de metros quadrados (ou 140 hectares) com vegetação tipicamente de mata atlântica, o parque deve abrigar trilhas, atividades como tirolesa e arborismo e outras atrações temáticas, como uma gruta fantasma e a lenda de como um "meteorito caiu no local" e por isso desvendou as criaturas ali enterradas.

Os protagonistas do local temático serão os cerca de 40 modelos animados de dinossauros -chamados animatrônicos- de diferentes espécies distribuídos pelo parque, além de mascotes fantasiados de dinossauros correndo pelas trilhas para criar uma atmosfera de "selva jurássica".

O parque ocupa uma área de uma antiga fazenda na região conhecida como Vale do Café, da serra fluminense, cujo uso anterior era como um lixão a céu aberto. Nos últimos anos, houve um projeto de reflorestamento e recuperação da mata no local, e o lixão foi encerrado.

Segundo Márcio Clare, empreendedor do ramo imobiliário e principal investidor do projeto, a proposta do parque dos dinos é fugir dos locais meramente expositivos que já existem no país.

"Não queremos aqueles robôs ou réplicas parados, em fileira, como se fosse para vê-los em um museu. A ideia foi criar uma experiência diferente, por isso as trilhas, os modelos animados, a gruta-fantasma [detalhes da atração serão revelados próximo à data de inauguração]", disse.

A ideia de fazer um parque em Miguel Pereira partiu da própria prefeitura, que buscava uma atração semelhante aos parques de dinossauros de Gramado e Canela, no Sul do país.

De acordo com Clare, que é fã de parques temáticos, nada do que existe da antiga fazenda será destruído, pelo contrário. "Vamos construir tudo em cima das ruínas já existentes, e só colocar as réplicas e os robôs animados dos dinossauros em locais onde não há nada. Não vamos tirar uma árvore sequer, está no contrato com a prefeitura", explicou.

No contrato firmado entre a Prefeitura de Miguel Pereira e os criadores do parque, nenhuma árvore pode ser retirada do espaço por ser um local onde houve um processo de reflorestamento nos últimos anos. Além disso, a própria fazenda, por ser uma área antiga, conta com uma série de restrições e precisa manter parte da estrutura original.

Entre as espécies de dinossauros que terão réplicas no parque está o Tyrannosaurus rex, famoso carnívoro protagonista de "Jurassic Park" (embora o terópode, nome dado aos dinossauros carnívoros do grupo, tenha vivido há 66 milhões de anos, no Cretáceo).

Outros animais incluem representantes da fauna mesozoica da região onde hoje é a América do Sul, como o Argentinossauro, o maior saurópode já descoberto para o continente com 30 metros de comprimento, e o dino brasileiro Gnathovorax cabrerai, representante dos répteis terríveis mais antigos que habitaram a Terra.

Pterossauros, os répteis voadores que colonizaram os céus desde o final do Triássico até o final do Cretáceo, também terão seu papel no espaço. A curadoria dos bichos, aliás, contou com a consultoria científica do diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, o paleontólogo Alexander Kellner.

Por conta disso, a ideia é também trazer informações sobre as diferentes espécies e os momentos em que elas habitaram na Terra.
Clare não revelou quanto já foi investido no projeto, apenas que foi um bom investimento.Segundo ela, o projeto irá incluir ainda atrações tecnológicas, como uso de realidade aumentada e metaverso.

A aposta nos dinossauros, porém, deve se pagar. A expectativa dos empresários -além de Clare, Sávio Neves, presidente do Trem do Corcovado- é de receber até um milhão de visitantes por ano.

"Inicialmente, pensamos em ter um público de 300 a 400 mil pessoas, mas estamos confiantes porque vimos o interesse despertado no público, e ainda nem inauguramos. Estamos aliando ecoturismo, voltado para quem gosta de fazer trilhas na natureza, com atrações temáticas e o roteiro de dinossauros, que nunca envelhece", ri Clare.