Por: André Martins

Salvador (BA) e Paraty (RJ) foram palco esta semana de oficinas online e presenciais do projeto “Brasil, essa é a nossa praia”, do Ministério do Turismo. As reuniões, que tiveram a participação de técnicos do MTur, das prefeituras municipais, do setor privado e da sociedade civil, entre outros, fazem parte do processo de construção dos Planos de Gestão Integrada (PGI) das orlas locais.

O projeto, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), orienta a implementação de ações de gestão responsável, incentivando a adoção de boas práticas de sustentabilidade. No caso da capital baiana, que recebeu a primeira etapa de encontros do tipo de 11 a 16 de julho, a iniciativa contempla regiões como o Farol da Barra e a Ilha dos Frades.

O trabalho colaborativo de construção do Plano de Gestão Integrada da orla de Salvador ainda deve ser trabalhado durante uma nova fase de oficinas promovidas pelo Ministério do Turismo na cidade, marcada para o período de 13 a 15 de agosto. Já para o início de 2023 está prevista a organização de uma audiência pública a respeito do assunto no município.

Em Paraty, por sua vez, cidade do litoral sul do estado do Rio de Janeiro, as oficinas encerraram uma segunda etapa de encontros. Entre 13 e 15 de julho, as reuniões abordaram áreas a exemplo do Centro Histórico, da enseada da Praia do Jabaquara e das marinas locais. A cidade também deve receber uma audiência pública sobre o tema no dia 7 de outubro deste ano.

O “Brasil, essa é a nossa praia!” apoia 10 cidades do país na formalização de Planos de Gestão Integrada com vistas à adesão ao Projeto Orla, a cargo da União. Além de Salvador e Paraty, a iniciativa engloba os municípios de Angra dos Reis (RJ), Cabo Frio (RJ), Vila Velha (ES), Cruz (CE), Barreirinhas (MA), São Sebastião (SP), Imbé (RS) e Natal (RN).

PROJETO ORLA - Coordenado pelos ministérios do Turismo, da Economia, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Regional, o projeto busca contribuir para a aplicação de diretrizes de disciplinamento de uso e ocupação de orlas. Os planos de gestão integrada englobam ações que visam a mitigar danos ambientais e fomentar o desenvolvimento sustentável.

Por: Victor Maciel 

Já se foi o tempo de que lugar de animal de estimação era no quintal ou dentro de casa. Com a retomada das viagens, eles têm se tornado parceiros imprescindíveis para os seus tutores e, também, têm ganhado espaço cativo nas atividades turísticas nacionais. Prova disso é que oito em cada dez brasileiros planejam viajar com seus pet’s, segundo uma pesquisa realizada pelo site Hoteis.com e quase metade (46%) vão escolher o próximo destino de férias baseado no quão PetFriendly ele é. Diante desta preferência nacional, separamos alguns destinos que têm se destacado na recepção e na atenção dada aos nossos bichos.

No Sudeste, duas cidades despontam quando o assunto é ser PetFriendly: Rio de Janeiro (RJ) e Socorro (SP). A primeira cidade criou um selo que informa ao turista se o estabelecimento aceita animais. A iniciativa que começou nos hotéis da capital, já funciona em bares, restaurantes e demais estabelecimentos comerciais. Segundo dados, mais de mil lugares já aderiram ao projeto. Na cidade paulista de Socorro, todos os Parques de Aventura aceitam pets. Há diversas atividades de ecoturismo e de turismo rural para se fazer com eles, vários bares, restaurantes e lanchonetes já os recebem e o setor de hospedagem também oferece acomodações adaptadas para pessoas com pets.

Fortaleza (CE) é outra cidade que estimula empreendimentos comerciais e turísticos a garantir uma relação saudável entre animais de estimação, clientes e colaboradores. Até março deste ano, diversos estabelecimentos adotaram o selo de adesão à iniciativa. Além disso, a cidade oferta serviços gratuitos para a saúde dos animais. Ainda no Nordeste, os viajantes podem encontrar diversos estabelecimentos que aceitam pets em Caraíva, Trancoso, Arraial D’Ajuda e Porto Seguro, na Bahia. A capital, Salvador, oferta ainda diversas atividades divertidas em pontos diferenciados, como praias, shoppings e parques.

No Centro-Oeste, Campo Grande (MS) foi eleita um dos cinco municípios em que podem ser encontrados estabelecimentos que aceitam pet’s. A capital sul-mato-grossense possui acomodações que aceitam os parceirinhos de viagem, além de bares, restaurantes e cafés que ampliam a oportunidade de passeios. Em Goiás, diversos atrativos são ofertados, também, para eles. Em Corumbá (GO), o Salto do Corumbá oferta trilhas, banho de rio e um dia junto à natureza com o seu pet. Quando o assunto é hospedagens, Goiás Velho, Caldas Novas e a Chapada dos Veadeiros, despontam com os mais variados tipos.

E no Sul do país? Também temos diversas opções. A Serra Gaúcha possui atividades para quem viaja com pet nenhum botar defeito. O Bello Sapore Armazém Colonial, na região de Monte Belo do Sul, é um exemplo de espaço para curtir com o cachorro ou gato. O Valle Rústico, no Vale dos Vinhedos, é outro destino que precisa ser visitado. E como não falar de Gramado (RS)? Com parques, restaurantes, cafés e hotéis, a cidade tem cada vez mais se equipado para acomodar animais de estimação. Além do verde das ruas, que convidam o turista a desfrutar o melhor do destino ao lado do seu companheirinho.

Para finalizar, não poderíamos esquecer do Norte do país. A capital amazonense sai na frente e oferta opções variadas onde os pets e os seus tutores podem aproveitar um ótimo passeio. Bares, shopping, restaurantes e flutuantes estão entre as oportunidades de passeio para os “doguinhos” e “felinos”. Em Boa Vista (RR), não faltam hospedagens que acomodem o animal de estimação. Agora é aproveitar as dicas, e boas férias para você e o seu pet.

Por: Leonardo Vieceli

O setor de turismo teve queda de 41% no número de viagens nacionais e para o exterior em 2021, na comparação com 2019, período pré-pandemia, indicou um estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado foi obtido por meio de um módulo de perguntas na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que entrevista moradores de endereços espalhados pelo país.

Em 2019, antes das restrições provocadas pela Covid-19, o levantamento investigou 20,9 milhões de viagens nacionais e internacionais com ocorrência de pernoite.
Dois anos depois, em 2021, já com a crise sanitária em curso, o número caiu para 12,3 milhões. Vem dessa comparação o tombo de 41%. O estudo foi batizado como Pnad Turismo 2020-2021 e leva em consideração diferentes meios de transporte, como carro, avião e ônibus. A série histórica começou em 2019. Em 2020, ano inicial da pandemia, o número de viagens avaliadas foi de 13,6 milhões. Ou seja, ficou em torno de 35% abaixo de 2019 e 10% acima de 2021.

"Os resultados expressam de alguma forma os efeitos da pandemia", disse Flávia Vinhaes, analista do IBGE responsável pela pesquisa. "O ano de 2021 foi pior para o turismo no Brasil do que 2020. A crise se aprofundou", acrescentou. Das 12,3 milhões de viagens investigadas em 2021, 12,2 milhões (99,3%) foram nacionais. Outras 90 mil tiveram o exterior (0,7%) como destino.

Em 2019, antes da pandemia, a pesquisa havia contabilizado 20,1 milhões (96,2%) de viagens dentro do país. A fatia internacional havia sido de 799 mil (3,8%). A proporção de domicílios em que algum morador viajou havia alcançado 21,8% em 2019. O percentual caiu para 13,9% em 2020 e 12,7% em 2021. Pela primeira vez, o estudo levantou informações sobre as despesas com turismo.

Em 2021, os gastos totais em viagens nacionais com pernoite somaram R$ 9,8 bilhões, contra R$ 11 bilhões em 2020. As despesas envolvem, por exemplo, hospedagem, alimentação e passeios. No ano passado, os maiores gastos foram em deslocamentos para São Paulo (R$ 1,8 bilhão), Bahia (R$1,1 bilhão) e Rio de Janeiro (R$ 1 bilhão).

Uma em cada cinco viagens (ou 20,6%) foi para São Paulo, o estado mais procurado. Minas Gerais (11,4%) e Bahia (9,5%) vieram a seguir. O levantamento ainda traz informações sobre gasto diário per capita (por pessoa) em viagens nacionais com pernoite em 2021.

De acordo com esse indicador, o maior valor médio foi registrado no Distrito Federal (R$ 292), seguido por Rio de Janeiro (R$ 288) e Santa Catarina (R$ 257). O mais baixo ocorreu em Roraima (R$ 57). A pesquisa também aponta que cerca de 57,2% das viagens de 2021 foram realizadas em carros particulares ou de empresas, 12,5% em ônibus de linha e 10,2% em aviões. Dos deslocamentos nesse mesmo período, em torno de 85,4% tiveram motivação pessoal, e 14,6% foram profissionais.

Por: Joana Cunha

O balanço do varejo em maio mostrou novo aumento no fluxo de consumidores nas lojas físicas, que cresceu 30% em relação ao mesmo mês em 2021, segundo o indicador da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) com a HiPartners.

Nos shoppings, o avanço da movimentação foi semelhante, mas as vendas não acompanharam proporcionalmente. Segundo o indicador, os números ainda estão aquém do pré-pandemia, porém, a distância tem se reduzido.

O impulso registrado no mês foi puxado pelo Dia das Mães, quando a alta no fluxo de visitação chegou a 37% para as lojas de shopping na comparação com a média semanal dos outros domingos do mês.

Cerca de dois meses após o início de gestão privada, os frequentadores dos parques Horto Florestal e Floresta Cantareira, vizinhos na zona norte da cidade de São Paulo, passaram a pagar por atração, para estacionar o carro ou ainda até 58% a mais pela entrada. Por outro lado, novos serviços estão sendo oferecidos.

O jornalista aposentado Jaime Pereira da Silva, 70, morador em Santana, também na zona norte e antigo frequentador dos parques, assustou-se quando descobriu que precisaria pagar para entrar no Museu Florestal Octávio Vecchi, o Museu Madeira, que fica no Horto Florestal.

"Uma amiga que estava comigo ficou brava com o preço e não entramos", afirmou ele sobre a desistência à visita.

Segundo a empresa Urbia, gestora dos parques, a visita ao museu passou a custar R$ 15 (R$ 7,50 para meia-entrada). O local abre de terça a domingo e aos feriados. Às terças, a entrada no museu é aberta ao público.

Até o início da concessão, o acesso era gratuito, segundo histórico do museu no site da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, quando a gestão era pública.
Antes, de acordo com a Urbia, o museu era fechado aos fins de semana, porém funcionava às segundas.

A concessionária diz que tem em contrato a possibilidade de realizar cobrança para acesso ao museu, que está sendo restaurado. O espaço passou a contar com guias para as visitas.

O museu, inaugurado em 1931, tem acervo composto de diversas marcenarias, troncos de várias espécies de árvores, entre outras inúmeras atrações históricas. "É um lugar muito bonito, mas eu nunca tinha pagado para entrar", diz Silva.

Desde 18 de abril, quando a concessionária assumiu a gestão, o estacionamento do Horto Florestal também passou a ser cobrado. O período de 12 horas custa R$ 8, de segunda a sexta, e R$ 12, aos sábados, domingos e feriados. O serviço é terceirizado e tem seguro para os usuários.

Em outros serviços pagos no Horto Florestal, foi implantado um circuito de brinquedos com cama elástica, pula-pula, trampolins e escorregadores, com preços a partir de R$ 7, que funciona aos sábados e domingos.

Por R$ 15 por pessoa, há uma visita realizada em carrinho elétrico, com duração de 45 minutos, pelas principais atrações do Horto. O serviço funciona diariamente das 9h às 17h.

No mesmo horário ocorrem visitas temáticas no Circuito Botânico e Abelhas Nativas. Os passeios ocorrem mediante disponibilidade de horário e custam R$ 10 por pessoa. Para grupos grandes, como escolas, a Urbia recomenda o agendamento prévio pelo Este endereço para e-mail está protegido contra spambots. Você precisa habilitar o JavaScript para visualizá-lo..

Recentemente, a empresa afirma que instalou carrinhos que funcionam diariamente com comidas e bebidas em diferentes pontos do parque. "Ainda aos finais de semana, a concessionária disponibiliza uma feira gastronômica com opções que vão desde doces mineiros e crepe até pastel, caldo de cana e hambúrguer", diz a empresa.

Já no Floresta Cantareira, é preciso reforçar o bolso antes de partir para as belas caminhadas no parque da zona norte. O preço para brasileiros entrarem no local subiu de R$ 19 para R$ 30 –aumento de 58%.

De acordo com a Urbia, o ingresso antes da concessão variava entre R$ 37 para estrangeiros, R$ 28 para residentes no Mercosul e R$ 19 para brasileiros.

"Agora custa R$ 30 para todos os visitantes, com a aplicação de meia-entrada para algumas categorias como idosos, estudantes", diz a concessionária.

Pessoas com renda familiar de até R$ 2.500 que morem em um raio de até 2 km, a partir do portão de entrada de cada núcleo do Cantareira, não pagam para acessar o local.

"Foram executadas diversas melhorias: revitalização dos acessos internos, especialmente ao mirante da Pedra Grande, implantação do café na pedra, além de reforço na segurança nos núcleos", diz a concessionária.

Pagando o ingresso, o visitante acessa os refúgios ecológicos da Pedra Grande, Águas Claras e Engordador, principais atrações do parque.

Ainda no Cantareira, foi implantado um sistema de visitas guiadas, conduzidas por educadores ambientais. O serviço, com direito a narração da história do local, custa R$ 10.

A concessão das duas áreas turísticas foi assinada pelo então governador João Doria (PSDB) em 20 de janeiro.

Segundo o governo, a concessionária será responsável pela zeladoria, manutenção e operação dos serviços pelos próximos 30 anos, com investimentos mínimos de R$ 50 milhões, dos quais R$ 31 milhões deverão ser aplicados nos seis primeiros anos de contrato.

Em nota, a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente disse que a concessionária está realizando diversas melhorias para recuperar o Palácio de Verão, no Horto Florestal, e abrir para a população.

A pasta confirmou que a entrada no Horto Florestal é gratuita e reiterou as mudanças feitas no sistema de cobrança do Cantareira.

"O concessionário estabelece o valor tarifário em razão da necessidade de recursos frente aos investimentos e custos operacionais assumidos", diz trecho da nota do governo estadual.

Por: Giuliana Miranda

Portugal aceitou o pedido feito pelo governo brasileiro e vai emprestar o coração de dom Pedro 1º para as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil. O anúncio foi feito nesta quarta (22) por Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, cidade onde está o coração do antigo imperador.

Segundo ele, a data da viagem ainda não foi definida -o coração deve ser transportado em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), com as despesas pagas pelo governo brasileiro. "O relatório de perícia ainda não está concluído, mas já foi assegurado que o coração poderá ser transladado temporariamente ao Brasil, mediante exigência de transporte em ambiente pressurizado", disse Moreira em entrevista coletiva.

Antes da viagem, ainda será necessário um acerto formal entre a diplomacia dos dois países.
O pedido de empréstimo foi revelado pelo embaixador brasileiro George Prata, um dos coordenadores das comemorações do bicentenário. A justificativa é a importância atribuída à figura de dom Pedro. Primeiro imperador do Brasil, ele é conhecido pelos brasileiros como Pedro 1º, e, em Portugal, como dom Pedro 4º.

O coração encontra-se preservado em formol, protegido por cinco chaves, na igreja da Lapa. Devido à fragilidade do material, seu manuseio e exibição são bastante restritos. Ainda que o corpo de dom Pedro 1º esteja guardado no parque da Independência, no complexo do Museu do Ipiranga, em São Paulo, o coração ficou no Porto a pedido do próprio monarca, que expressou o desejo em testamento.

A decisão foi tomada como um reconhecimento ao papel que a cidade teve na luta que dom Pedro travou com os exércitos de seu irmão mais novo, dom Miguel, pelo trono de Portugal. Dom Pedro 1º abdicou do trono brasileiro menos de uma década depois da Independência, em abril de 1831.

Em meio à instabilidade política no Brasil e na Europa, decidiu voltar à Europa para reconquistar a coroa para sua filha, Maria da Glória, reconhecida como herdeira legítima pelas monarquias do continente.

Assim, Portugal mergulhou numa sangrenta guerra civil, entre as tropas absolutistas, de dom Miguel, e as liberais, de dom Pedro. O Porto, mesmo sitiado por mais de um ano, resistiu e foi crucial para a vitória de Pedro 1º, que morreria de tuberculose meses após o fim do conflito, em setembro de 1834, aos 35 anos.